Búfalos são vistos tomando banho no Rio Pinheiros, em São Paulo, na região de Santo Amaro
O flagrante de um grupo de búfalos tomando banho no Rio Pinheiros, na região de Santo Amaro, em São Paulo, no dia 15 de setembro, virou assunto nas redes sociais e surpreendeu quem passava pela Marginal. As imagens mostraram os animais dentro d’água e circulando às margens de um dos rios mais movimentados e conhecidos da capital paulista. Mas afinal, onde foram parar estes animais?
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A resposta veio após a atuação conjunta da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), da Prefeitura de São Paulo, e da Defesa Agropecuária, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Equipes foram deslocadas até o local e constataram que os animais faziam parte de uma criação de subsistência, mas não tinham registro oficial no sistema informatizado de gestão animal e vegetal (Gedave).
Para regularizar a situação, veterinários cadastraram o rebanho e orientaram a responsável sobre a obrigatoriedade da Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que permite identificar a origem e o destino em deslocamentos de rebanhos.
Apesar do tom bem-humorado que o episódio ganhou, especialistas lembram que a situação oferecia riscos, tanto à saúde dos animais quanto à segurança de motoristas e pedestres que circulam nas imediações.
“Imediatamente nossos técnicos realizaram o cadastro dos animais, além de orientarem a proprietária sobre a GTA. É um documento essencial que permite conhecer o local de onde saíram e para onde esses animais irão”, explica Rogério Junqueira, médico-veterinário e diretor do departamento da Defesa Agropecuária em Santos, responsável pelo atendimento na Região Metropolitana de São Paulo.
Búfalos receberam atendimento médico e estão saudáveis
Felipe Nunes / SAA-SP
Os búfalos também passaram por uma série de cuidados de saúde: receberam avaliação clínica, vacinação e vermifugação. A Defesa Agropecuária explicou que esse protocolo é essencial para assegurar não só o bem-estar dos animais, mas também a prevenção de doenças transmissíveis entre rebanhos.
Além disso, toda a documentação necessária para a criação foi emitida, atendendo ao Decreto Estadual 45.781/2001, que exige o cadastro de propriedades ligadas a atividades pecuárias. Sem esse registro, os animais não poderiam circular legalmente nem ter acompanhamento sanitário.
Com a saúde verificada e os papéis em ordem, o grupo foi transferido para um haras em Suzano, na Grande São Paulo. No novo espaço, os búfalos devem permanecer em condições adequadas de manejo, com alimentação, espaço e monitoramento veterinário regulares.
“Agimos rápido para garantir que esses búfalos fossem bem cuidados e retirados da água, o que poderia prejudicar a saúde do rebanho. Agora, além de estarem seguros e saudáveis, vão viver em um lugar adequado, com todo o bem-estar garantido”, declara Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.