Moradores do bairro Bom Jardim, em Fortaleza, enfrentam há mais de uma semana a ausência total de abastecimento de água. O problema, que teve início com obras na rede da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), deveria ter sido resolvido até o último sábado, conforme comunicado oficial. No entanto, até agora, as torneiras continuam secas, afetando a rotina de centenas de famílias.
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Na tentativa de manter o mínimo de dignidade e higiene, os moradores buscam alternativas para conseguir água potável. A costureira Graça Fernandes relata o esforço diário necessário para suprir o básico: “Eu estou indo buscar em outro canto água para o meu consumo. Eu ando meia hora. São 25 minutos para ir e 25 minutos para voltar. Então, a gente pega só para o básico, só para cozinhar e lavar no almoço”.
Dentro das residências, o cenário é semelhante: pias cheias de louça, roupas sujas acumuladas e caixas d’água vazias. A população se reveza durante a madrugada, na esperança de que a água volte a cair das torneiras, mas na maioria das vezes não há sequer uma gota. A moradora Maria das Graças Sousa lamenta a incerteza: “Tem dias que não vem de jeito nenhum. A gente passa a madrugada todinha pastorando a torneira e não sobe a água de jeito nenhum, mesmo na torneirazinha baixa”.
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O impacto já se reflete em outros aspectos da vida dos moradores. Sem água nem para tomar banho, muitos, como Maria das Graças, já se ausentaram do trabalho. “Eu compro o tambor de água, eu compro de dois em dois tambor de água para cozinhar. Já faltei até o meu trabalho porque não tinha água para mim tomar banho”, afirma.
A insatisfação também se intensifica ao notar que algumas áreas próximas ao bairro não sofrem com o mesmo problema. “O engraçado é que, do outro lado, tem água. Todo mundo tem água. Mas essa parte pra cá, do cemitério, do Bom Jardim aqui, não tem. Uma gota d’água pro pessoal pegar e se virar”, acrescenta a moradora.
Por meio de nota, a Cagece informou que equipes técnicas seguem atuando para restabelecer o abastecimento de água na região. Contudo, não foi divulgado um novo prazo para a normalização do serviço. Enquanto isso, os moradores continuam enfrentando dias de incerteza e desconforto, sem previsão de quando poderão retomar a rotina com o mínimo necessário para viver com dignidade.
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