Ex-prefeito José Sarto faz comentário irônico sobre queima de fogos em Fortaleza; entenda

O ex-prefeito de Fortaleza, José Sarto, se manifestou nas redes sociais após a intensa queima de fogos registrada em diversos bairros da capital cearense na noite desta segunda-feira (15). Em tom irônico, Sarto lembrou que o uso de fogos com estampido é proibido por lei municipal sancionada em sua gestão e questionou a eficácia do poder público diante da situação.

“Recebi relatos de queima de fogos em diversos bairros de Fortaleza por volta das 19 horas. O poder público sabe informar algo a respeito? Lembrando que em Fortaleza a queima de fogos de artifício com estampido é proibida. Mas, pelo que ouvi falar, os responsáveis pelos papocos não são cumpridores da lei. Ao contrário”, escreveu.

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A lei mencionada por Sarto é a n° 11.140/2021, sancionada durante a pandemia, que proíbe a utilização de fogos de artifício com estampido em eventos públicos e privados dentro do município de Fortaleza. O objetivo da norma é proteger idosos, crianças, pessoas com autismo e animais dos efeitos nocivos provocados pelo barulho intenso desses artefatos. A legislação coloca Fortaleza entre outras capitais brasileiras, como Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre, que também restringem o uso de fogos barulhentos.

O episódio que motivou a publicação de Sarto foi uma ação coordenada por membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que comemoraram com fogos a suposta tomada de controle do bairro Lagamar, antes dominado por uma facção rival, os Guardiões do Estado (GDE). Vídeos circularam nas redes sociais mostrando a queima de fogos simultânea em bairros como Parangaba, Maraponga, Vila União, Pio XII e até em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza.

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A celebração criminosa teria sido articulada pelas redes sociais, onde membros da facção combinaram de soltar os fogos às 19h. Moradores relataram ter visto integrantes do grupo criminoso apagando pichações da facção rival nos muros do Lagamar, o que intensificou a suspeita de invasão territorial. Assustados, os moradores acionaram a Polícia Militar, que realizou abordagens, revistas e reforçou o patrulhamento em diversas áreas da capital.

Em resposta ao episódio, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou que diversas prisões foram realizadas em Fortaleza. As capturas ocorreram com apoio de setores de inteligência e visaram identificar os responsáveis pela ação criminosa. De acordo com a SSPDS, os suspeitos presos têm ligação direta com organizações criminosas que atuam no Estado e participaram da comemoração ilegal.

A ofensiva policial integra uma série de operações que vêm sendo intensificadas diante da disputa entre facções criminosas por territórios estratégicos na capital. Entre janeiro e agosto deste ano, o Estado já registrou 1.418 prisões de suspeitos ligados ao crime organizado, o que representa um aumento de 61,5% em relação ao mesmo período de 2024. A guerra entre facções tem se concentrado em áreas como Vicente Pinzón, Papicu e agora Lagamar — todas com importância estratégica para o tráfico de drogas.

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