O Bank of America reiterou sua recomendação de compra para as ações da JBS, destacando a diversificação operacional da empresa como fator de resiliência diante do cenário desfavorável para a carne bovina nos Estados Unidos. Para a Marfrig, o banco manteve recomendação neutra, citando a maior exposição ao mercado americano e restrições relacionadas a sua atual avaliação de mercado.
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De acordo com o relatório, nos EUA, a margem atual da carne bovina é de US$ 88 por cabeça, após um aumento de 12% no valor da carcaça no início de setembro. Apesar do avanço pontual, a instituição financeira avalia que o ciclo do gado continua restrito, com retenção de fêmeas em 46%, abaixo da média histórica de 50%. A expectativa é de que a recuperação ocorra apenas após 2027.
No Brasil, o banco destaca que as margens de exportação permanecem elevadas, mesmo com a vigência de uma tarifa adicional de 50% sobre as exportações para os EUA vigentes desde 1º de agosto. Apesar do cenário, JBS e outros frigoríficos conseguiram redirecionar parte da produção para outros mercados, com destaque para o México, que triplicou as importações em agosto.
Com isso, as exportações totais de carne bovina do Brasil acumulam alta de 24% na comparação com o ano passado, com margens próximas de 30% no terceiro trimestre de 2025, mesmo com uma alta de 30% no preço da arroba do boi gordo, para R$306.
Segundo o Bank of America, a JBS tende a absorver melhor as pressões externas por operar em diferentes regiões e segmentos. Já a Marfrig, com forte presença no mercado norte-americano por meio da National Beef, enfrenta maior sensibilidade ao atual momento do ciclo nos EUA.