
O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) reduziu nesta quarta-feira (10/9) para 306,74 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg sua previsão para a safra 2025/26 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. A nova estimativa é 2,5% inferior àquela feita em maio – a primeira para desta temporada –, quando a projeção indicava produção de 314,60 milhões de caixas.
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Em nota, o Fundecitrus disse que a redução nas projeções se deu, principalmente, pelo aumento da taxa de queda de frutos em função do crescimento da severidade do greening, e ainda pelo ritmo mais lento da colheita.
O diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, recorda que a severidade média do greening no cinturão citrícola, de acordo com o levantamento anual produzido pela instituição, subiu de 19% em 2024 para 22,7% em 2025, reduzindo em cerca de 35% seu potencial produtivo. “Esse aumento significativo da severidade dos sintomas nas árvores tem impacto direto no aumento da taxa de queda prematura da fruta, sendo o fator determinante para a redução da safra nesta primeira reestimativa”, disse Ayres, em nota.
Sobre a colheita da safra atual, o Fundecitrus disse que os trabalhos chegaram a 25% da produção esperada, um ritmo significativamente mais lento do que o verificado na safra anterior, que já estava em torno de 50% nesse período.
A colheita das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi chegou a 68%, enquanto a das outras precoces alcançou 75%. A colheita da Pera atingiu 17%. Em relação a variedades tardias, as colheitas da Valência e Folha Murcha somam 1% e a da Natal, 2%.
“A colheita mais tardia desta safra está relacionada com a elevada concentração de frutos da segunda florada e à priorização da colheita no ponto ideal de maturação para obtenção de suco de melhor qualidade. Com isso, observa-se um aumento na taxa de queda prematura de frutos, sobretudo em árvores afetadas pelo greening e submetidas a maior déficit hídrico e temperaturas mais amenas no inverno”, destacou o Fundecitrus.
Clima
Dados sobre o clima em áreas produtoras coletados pela Climatempo mostram que a precipitação média acumulada no cinturão citrícola de maio a agosto de 2025 foi de 94 milímetros, 33% a menos do que a média histórica (1991-2020). Apenas a região de São José do Rio Preto (SP) teve precipitação acima do histórico (21%).
No entanto, as precipitações de abril e junho garantiram umidade suficiente no solo. Com isso, o peso dos frutos das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi segue estável, em 134 g (305 frutos por caixa). As demais variedades precoces (Valência Americana, Seleta, Pineapple e Alvorada) tiveram queda no tamanho, passando de 158 g (259 frutos por caixa) para 150 g (272 frutos por caixa).
Já a Pera, cuja colheita está mais tardia este ano, deve se beneficiar das chuvas de primavera, com aumento do peso de 154 g (265 frutos por caixa) para 156 g (261 frutos por caixa). Estima-se que as variedades Valência e Folha Murcha mantenham 174 g (235 frutos por caixa) e que a Natal mantenha 169 g (242 frutos por caixa). No geral, a projeção do tamanho médio das laranjas não se altera.