
As galinhas nativas no Brasil são importantes tanto para a produção de alimentos, quanto para a manutenção da diversidade genética. Entre essas raças, a galinha Sura se destaca na região Nordeste por apresentar um padrão fenotípico que inclui a ausência de cauda, característica rara em aves domésticas.
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A Sura descende de raças trazidas por colonizadores portugueses e espanhóis e se adaptaram às condições climáticas brasileiras, especialmente do Semiárido, desenvolvendo características próprias.
De acordo com o manual descritivo da raça, desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia Tropical da Universidade Federal do Piauí, essa ausência de cauda resulta de alterações no desenvolvimento das vértebras caudais.
As Suras também colocam ovos de diferentes colorações, que podem variar entre azulados, esverdeados, marrons e avermelhados.
Além de fornecer carne e ovos, as Suras representam uma fonte de renda de baixo custo para pequenos produtores. No entanto, ao longo do século XX, muitas dessas aves foram substituídas por linhagens comerciais mais produtivas, contribuindo para a redução da variabilidade genética.
Características
De acordo com o manual, as galinhas Suras apresentam um padrão fenotípico específico. Possuem crista do tipo noz ou simples, de coloração vermelha ou rosada, olhos castanho-claro e bico amarelo, com barbela vermelha ou rosada.
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Suas canelas são predominantemente amarelas, e a plumagem é variada, mas predomina a cor dourada no pescoço e no corpo. Não apresentam topete nem penas nas patas, e a ausência de cauda é a característica mais marcante, que a diferencia das outras galinhas.
Ainda segundo a pesquisa, em relação à variabilidade genética, os resultados apontam que as Suras possuem maior diversidade fenotípica, evidenciada pelos coeficientes de variação mais elevados. Nesse sentido, a espécie se mostra relevante para programas de conservação e de melhoramento adaptados às condições locais.
O manual ressalta que as Suras já não são tão comuns quanto no passado. Atualmente, núcleos de conservação, como o do Instituto Federal do Maranhão (Codó-MA) e criatórios particulares, têm buscado preservar bancos genéticos. Para isso, realizam a catalogação de exemplares e promovem cruzamentos ao acaso.