Tarifaço de Donald Trump é tema de debates durante realização da Semana Nacional do Pescado

Durante evento na Semana Nacional do Pescado em Fortaleza, a imposição de uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos—anunciada pelo presidente Donald Trump—foi o grande destaque, suscitando preocupações sobre os impactos no mercado cearense de pescado, especialmente devido à forte dependência das exportações para os EUA

Keite Dias, superintendente Federal da Pesca no Ceará, apresentou as ações em curso para estimular o consumo local do pescado: “Realizamos ações como promoções em barracas, restaurantes, supermercados, palestras sobre a importância do pescado, da proteína, do peixe, que temos uma cultura ainda que as pessoas não costumam consumir muito peixe. E, além de Fortaleza, estamos nas cidades litorâneas como Icapuí, Paraipaba, Aquiraz, que estão também abraçando essa campanha junto com a superintendência.”

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

Ele ressaltou que o consumo médio de pescado no Brasil—19 kg por pessoa por ano—é ainda bem abaixo da recomendação da Organização Mundial da Saúde, que sugere mais de 30 kg.

O representante do Coletivo Nacional de Pesca e Aquicultura, Cadu Villaça, ponderou que os impactos, embora significativos, ainda não se configuram como catastróficos:

“São números não tão ruins. A gente tem alguns produtos específicos que são 100% dependentes daquele mercado, como os peixes vermelhos, pargo, ariocó, cioba. Esses sumiram, não teve exportação deles. Mas a lagosta, por exemplo, que a gente acha que é um produto líder do Ceará, um produto que teria grande impacto, não. Porque ela já está direcionada para outros mercados. Eu acho que não foi tão chocante quanto poderia parecer.”

Ivan Assunção, vice-presidente da Associação de Barracas da Praia do Futuro — palco da abertura da Semana do Pescado — mencionou que 90% dos pratos consumidos no local são à base de pescado. Ele expressou otimismo:

“A gente espera, na verdade, que essa semana possa induzir as pessoas a cada vez mais ter esse consumo do pescado. Até porque é um alimento de proteína, de extremo valor para as pessoas, muito mais rico, mais saudável, certo? E a gente espera também, com essas mudanças que estão acontecendo no nosso país, que esse preço também possa até cair.”

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

Por fim, Antônio Sales, secretário da Associação de Supermercados, destacou o potencial de expansão do mercado interno por meio dos supermercados em parceria com ações governamentais:

“Normalmente, esse peixe já é vendido nos supermercados. Quando há ações do Estado, do Ministério em relação à divulgação do pescado, esse consumo aumenta significativamente, e os supermercados procuram se preparar para absorver toda essa cadeia do pescado.”

A imposição da tarifa de 50% pelos EUA traz risco para as exportações de pescado brasileiras, setor que depende em quase 90% do mercado americano. Porém, os atores locais apostam em uma resposta combinada: fortalecer o consumo interno da população brasileira, promover campanhas de conscientização e fortalecer a inserção em supermercados como forma de mitigar os impactos e garantir o escoamento do produto.

Leia também | Procon promove Mutirão Zera Dívida em Fortaleza com 22 empresas participantes; saiba como participar

>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<