
O trigo liderou as quedas dos grãos negociados em Chicago, diante da manutenção de uma oferta favorável para o cereal no médio prazo. Os contratos com entrega para dezembro fecharam em queda de 1,41% nesta quarta-feira (27/8), para US$ 5,2425 por bushel.
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No momento em que grandes produtores do cereal estão em fase de colheita, o cenário de baixa deve prevalecer em Chicago, mesmo diante de problemas pontuais para o maior exportador de trigo do mundo, a Rússia.
“Houve um atraso no início da colheita da Rússia, e as primeiras lavouras retiradas do campo eram de baixa qualidade. Mas o mercado enxerga isso com algo pontual, já que eles [a Rússia] vão colher uma safra maior que a do ano passado, com bom volume de estoques remanescentes e ainda um saldo exportável grande, de 45 milhões de toneladas”, diz Élcio Bento, analista da Safras & Mercado.
Para ele, a pressão de baixa para o trigo deve aumentar a partir do momento em que a colheita russa ganhar corpo. Mas isso não significa que o preço irá subir, pois neste momento os EUA estão ofertando ao mercado sua safra, com a colheita do trigo de primavera em andamento. Ainda na avaliação de Bento, a produção de milho americana, estimada em mais de 426 milhões de toneladas, também favorece a queda para o trigo em Chicago.
“Qualquer recuperação no preço do trigo durante a entressafra esbarra nessa previsão de safra para o milho dos EUA. Ele estará disponível a partir de setembro, e por ser um volume grande, boa parte será destinado para ração, ocupando um espaço que seria do trigo”, acrescenta o analista.
Milho e soja
O milho e a soja também se desvalorizaram na sessão. Assim como o trigo, eles são influenciados por por uma relação de boa oferta e demanda em baixa. O milho com entrega para dezembro caiu 0,85%, a US$ 4,06 por bushel. Já a soja com vencimento para novembro recuou 0,19%, com o valor de US$ 10,4750 por bushel.