Nesta terça-feira, dia 26 de agosto de 2025, completaram-se dois anos do assassinato da contadora Kaiane Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, no município de Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza. O crime, inicialmente apresentado como um assalto, foi desmascarado durante as investigações, que revelaram um plano arquitetado pelo próprio companheiro da vítima, Leonardo Nascimento Chaves, para se beneficiar financeiramente do seguro de vida da esposa.
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Desde então, a família vive entre o luto e a luta por Justiça. “São dois anos aí de um luto, de uma história que infelizmente ainda não foi concluída”, desabafou a irmã da vítima, a publicitária Brenda Bezerra, em entrevista à TV Cidade.
A espera por um desfecho judicial tem sido dolorosa. Leonardo e Adriano Andrade Ribeiro, acusado de executar o crime, foram levados a júri popular por homicídio qualificado, corrupção de menores, furto qualificado e fraude processual. No entanto, segundo Brenda, o julgamento vem sendo constantemente adiado por manobras da defesa.
“Ele recorre a todos os recursos que são existentes.… e isso é para ganhar tempo, porque eu acho que ele tem a consciência de que ele é o culpado, né? E também que ele vai ser condenado a uma pena longa agora”, afirmou. Para ela, o acusado tenta “ganhar tempo” porque “tem medo de ir para um canto pior do que ele tá”.
A irmã também aponta o impacto emocional contínuo que a demora no julgamento tem causado à família: “O luto ainda está muito aberto, e essa demora no júri faz a gente reviver ainda mais essa dor. É uma ferida que não fecha”. Brenda acredita que a pressão da opinião pública tem sido fundamental para manter o caso em evidência e acelerar o processo. “Quanto mais repercussão tiver, é melhor para ajudar a andar mais rápido o julgamento… foi essa repercussão desse crime tão horrível que trouxe a gente até aqui hoje”, declarou.
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Outro fato que causa indignação à família é a situação funcional de Leonardo. Mesmo preso, ele segue recebendo salário como servidor da Secretaria de Educação. “O salário, se você for olhar no portal da transparência, não foi nem suspenso. Continua indo para a conta dele”, denuncia Brenda.
“O Estado tem que analisar muito bem os funcionários que têm… porque isso é dinheiro público, isso é dinheiro meu, seu, de quem está assistindo agora. E uma pessoa que cometeu tal crime, tal atrocidade, recebendo nosso dinheiro sem trabalhar…”, comentou.
Brenda também destacou um ponto curioso e perturbador da trama: Leonardo era assistido por dois advogados; um foi assassinado e o outro está preso, suspeito de envolvimento no homicídio do colega.
“Foi um crime também que repercutiu, que foi da defesa dele… um, infelizmente, faleceu e o outro tá preso. E agora a gente não sabe em qual pé tá a questão da defesa”, disse. Diante disso, a família teme que essa indefinição jurídica atrase ainda mais o julgamento. “O nosso medo é que isso demore ainda mais o julgamento para acontecer”, concluiu. Enquanto a Justiça não avança, a dor permanece — e a luta por respostas também.
Leonardo e Adriano aguardam julgamento por homicídio qualificado, corrupção de menores, furto e fraude processual. Para a família, a condenação de Leonardo é essencial para que, enfim, a dor comece a cicatrizar.
Relembre o caso
Kaiane Bezerra foi assassinada em 26 de agosto dentro da residência que dividia com o marido, Leonardo. Inicialmente, o crime foi relatado como um assalto cometido por dois criminosos, mas a investigação apontou que o marido de Kaiane teria encomendado o assassinato.
As evidências indicam que Leonardo teria se reunido com os dois executores em um shopping center no município de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), momentos antes do crime. Ele teria planejado forjar o assalto e ordenou aos criminosos que o agredissem levemente, para fortalecer a narrativa de que tanto ele quanto Kaiane eram vítimas de um crime violento.
Após matarem a contadora, os executores roubaram objetos da casa, como TVs, celulares, eletrônicos e as alianças do casal. Leonardo, segundo as investigações, colaborou com os assaltantes, ajudando a carregar os itens roubados em veículos e pagando uma quantia em dinheiro.
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