
O preço do café registrou queda na bolsa de Nova York, com investidores embolsando lucros enquanto aguardam novidades sobre o tarifaço aplicado a produtos brasileiros. Na sessão desta terça-feira (26/8), os contratos do arábica para dezembro caíram 1,44%, para US$ 3,7230 por libra-peso.
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“Quando o preço sobe muito, naturalmente o mercado volta a realizar lucros. Ainda que estejamos com um sentimento de safra menor para o Brasil, esse não é o principal driver do mercado”, avalia Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG).
Na avaliação do dirigente, as altas recentes, além de serem impulsionadas por geadas em áreas produtoras do Brasil, também serviram como uma espécie de proteção para os clientes que buscam o café brasileiro, especialmente os consumidores americanos.
“Esse impasse no fluxo comercial gerado pelo tarifaço restringe as torrefações dos EUA a fecharem negócios com o Brasil. E como essas empresas não terão facilidade de buscar café em outras origens, elas podem ter comprado na bolsa como uma forma de se proteger até que se tenha uma resolução sobre as tarifas”.
Ainda de acordo com Schneider, em meio à indefinição sobre o rumo das sobretaxas que recaem no café, ele acredita que os preços deverão orbitar entre US$ 3,70 e US$ 4, mas sem espaço neste momento para ficar próximo dos patamares recordes de US$ 4,30 registrados em fevereiro deste ano.
Cacau
Investidores embolsaram lucros no mercado do cacau depois que o preço subiu mais de 3% na bolsa de Nova York na sessão da véspera. Os contratos para dezembro fecharam em queda de 5,12%, para US$ 7.613 por tonelada.
Afora as questões técnicas, o mercado segue atento às condições da safra 2025/26 no oeste da África, que se inicia em outubro.
Suco de laranja
O suco de laranja concentrado e congelado com entrega para novembro disparou em Nova York. O papel para novembro avançou 4,14%, cotado a US$ 2,69 por libra-peso.
Açúcar
O açúcar subiu ligeiramente na bolsa de Nova York, mesmo após previsões otimistas para o maior exportador do mundo, o Brasil. Os papéis do demerara para outubro avançaram 0,06%, a 16,41 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de açúcar no Brasil em 2025/26 está estimada em 44,5 milhões de toneladas, acréscimo de 0,8% em relação à safra anterior. Mesmo com uma menor colheita de cana no atual ciclo, o volume produzido de adoçante pode ser o segundo maior na série histórica, atrás apenas da temporada 2023/24 quando foram produzidos 45,68 milhões de toneladas de açúcar.
Algodão
No mercado do algodão, os futuros para dezembro caíram 0,91% em Nova York, cotados a 67,71 centavos de dólar por libra-peso.