Fatores como a previsão de queda na produção brasileira de café arábica, os impactos do clima para as lavouras e o tarifaço de Donald Trump contra as exportações de produtos do Brasil estão dando impulso aos preços do café. A avaliação é de Vanúsia Nogueira, diretora-executiva da Organização Internacional do Café (OIC).
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“É a questão da quebra da safra brasileira, o anúncio de que não teremos o que era esperado, que teremos menos café, somado aos eventos climáticos, além das tarifas”, disse Nogueira à agência Reuters durante evento do setor realizado em Bogotá, na Colômbia.
A diretora da OIC ressaltou que o mercado global de café enfrenta escassez devido a sucessivos anos de déficit na produção, decorrentes das condições climáticas nas principais regiões produtoras, o que causou aumentos de preços. Nos últimos 12 meses a cotação subiu 24% na bolsa de Nova York, mostra levantamento do Valor Data.
No Brasil, maior produtor e exportador mundial de café arábica, os problemas com o clima adverso reduziram cada vez mais o potencial de colheita em 2025/26. Além disso, as geadas registradas recentemente em áreas produtoras do país também trazem preocupação para a safra 2026/27.
“Não sabemos quando a colheita do Brasil voltará ao normal; estamos enfrentando eventos climáticos muito fortes todos os anos”, observou.
Nesta semana, a StoneX reduziu a previsão da safra de café 2025/26 no Brasil para 62,3 milhões de sacas de 60 kg, queda de 3,4% se comparado com a última projeção, divulgada em abril. A expectativa com o arábica puxou para baixo os números da consultoria. Houve corte de 5,7% em relação à última estimativa, que agora deve ser de 36,5 milhões de sacas.
*Com informações da Reuters