Chacina do Curió: testemunhas de defesa são ouvidas no segundo dia do quarto júri; acompanhe em tempo real

O segundo dia do quarto júri da Chacina do Curió é dedicado ao depoimento de testemunhas de defesa, arroladas pelos advogados dos sete policiais militares réus neste julgamento. Ao todo, seis pessoas devem ser ouvidas, e a primeira delas prestou depoimento na manhã desta terça-feira (26), no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.

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Este quarto julgamento tem como acusados os PMs apontados como integrantes do chamado “Núcleo da Omissão” – grupo formado por policiais que estavam de serviço na região da Grande Messejana durante a madrugada do crime. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), esses agentes, mesmo cientes da situação, poderiam ter tomado medidas para impedir a Chacina, mas não o fizeram.

A investigação da chacina foi um dos maiores trabalhos do Ministério Público do Ceará. Em 2016, 45 policiais militares foram denunciados por participação nos crimes. A denúncia foi baseada em mais de 3.300 páginas de provas, reunidas por uma força-tarefa de 12 promotores, incluindo vídeos de segurança, escutas autorizadas, mensagens de WhatsApp, registros de GPS, fotossensores e testemunhos de cerca de 240 pessoas.

Dos 45 denunciados, 44 tiveram a acusação aceita pela Justiça, com 34 sendo levados a júri popular. Os processos foram divididos em três grandes ações penais. No processo que será julgado nesta segunda-feira, sete policiais do “Núcleo da Omissão” respondem por não ter agido para impedir os assassinatos. Outros processos já levaram ao julgamento de diferentes réus, com sentenças ainda sob recurso.

De acordo com a denúncia, os policiais agiram com o objetivo de vingança após a morte do soldado PM Valtermberg Chaves Serpa, assassinado ao reagir a um assalto contra sua esposa, no bairro Lagoa Redonda. Após o crime, diversos agentes se articularam por rádio e telefone para realizar uma retaliação. A operação foi dividida entre viaturas e equipes que saíram pelas ruas atacando jovens considerados suspeitos ou desafetos pessoais.

As vítimas foram escolhidas aleatoriamente, muitas sem qualquer envolvimento criminal. Durante a madrugada, moradores relataram que viaturas passaram pelos corpos sem prestar socorro e que ambulâncias foram impedidas de atuar por falta de segurança. A impunidade e a confiança no silêncio institucional são apontadas pelo MP como fatores que deram segurança aos agentes para agir sem temer consequências.

Entre os mortos estavam Alef Sousa Cavalcante, Antônio Alisson Cardoso, Jardel Lima dos Santos, Patrício João Pinho Leite e outros jovens, muitos menores de idade. Algumas vítimas foram socorridas por moradores, que usaram carros particulares e até carrocerias de caminhonetes para levá-las a hospitais. Em um dos episódios mais graves, uma pessoa que tentava ajudar foi alvejada com oito tiros.

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4ª Sessão de Julgamento da Chacina do Curió em tempo real – 2º dia

12h30: A sessão de julgamento foi suspensa para o almoço. O depoimento da testemunha de defesa, que dura aproximadamente três horas, será retomado em seguida.

11h05: O depoimento da primeira testemunha é retomado, ainda respondendo questionamentos dos advogados de defesa.

10h50: A sessão está suspensa para um breve intervalo.

10h35: Após uma hora, a testemunha segue respondendo perguntas dos advogados de defesa.

9h35: Começa agora a oitiva da primeira testemunha de defesa. Os réus estão acompanhando os depoimentos em sala reservada.

9h20: A sessão desta terça-feira (26/08) acaba de ser retomada.

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