A soja e o milho tiveram uma sessão de preços mais altos na bolsa de Chicago, após a demanda pelos grãos americanos crescer acima do esperado na última semana. Nesta quinta-feira (21/8), os contratos da soja para setembro avançaram 1,93%, para US$ 10,56 o bushel.
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Na semana encerrada em 14 de agosto, as vendas líquidas de soja dos EUA alcançaram 1,14 milhão de toneladas, levemente acima das 1,13 milhão negociadas na semana imediatamente anterior, segundo informações do Departamento de Agricultura americano (USDA). Essa quantidade superou a expectativa dos analistas, que esperavam, no máximo, vendas de 1 milhão de toneladas.
Além do impulso do óleo de soja, que avançou mais de 4% em Chicago, o grão se valorizou nesta quinta em meio a preocupação com o clima em áreas agrícolas americanas, segundo Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom.
“A soja nos EUA está em uma fase crítica de desenvolvimento, que é a de enchimento de grãos. E as previsões de clima apontam para falta de umidade e altas temperaturas nos próximos dias. Isso traz um receio com a produtividade da safra, e é por isso que as cotações estão subindo”, disse Castelli.
Milho
Após uma longa jornada de preços mais baixos, o milho se valorizou em Chicago, diante de um aumento expressivo da demanda. Os contratos do cereal com vencimento em dezembro fecharam em alta de 1,92%, a US$ 4,175 o bushel.
Como analistas já vinham relatando à reportagem, as chances de preços mais altos para o milho seriam condicionadas pela procura maior do grão negociado pelos EUA. E foi o que ocorreu nesta quinta-feira. O Departamento de Agricultura americano disse que as vendas líquidas de milho do país da safra 2025/26 alcançaram 2,86 milhões de toneladas na semana encerrada em 14 de agosto. Esse volume superou as 2 milhões negociadas na semana imediatamente anterior e ainda ficou acima da quantidade máxima esperada por analistas para o período, as mesmas 2 milhões de toneladas.
Apesar de os preços esboçarem alguma reação, a tendência é que eles se mantenham no campo negativo em Chicago, com o mercado ainda atento à safra que os EUA deverão colher no ciclo 2025/26.
“Como estamos na boca da safra americana, e a produção recorde deles está praticamente garantida, o preço pode vir ainda mais baixo do que está. Mas pode haver um limite para essa queda, pois como milho e soja tem uma correlação muito forte, se o milho cai muito, há risco de uma migração para as áreas de soja, e então o mercado se auto ajusta para não abrir uma disparidade muito grande”, observa Marco Castelli, da Agrobom.
Trigo
Por mais uma sessão, ajustes técnicos direcionaram a queda nos preços do trigo na bolsa de Chicago. Os papéis para dezembro fecharam em alta de 0,28%, para US$ 5,2975 o bushel.