O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta sexta-feira (15/8) que o Japão deverá abrir seu mercado para a carne bovina brasileira ainda em 2025. Segundo ele, as negociações estão avançadas e há expectativa de anúncio do aval japonês em novembro ou dezembro deste ano.
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“Há ótima expectativa, muito adiantadas as negociações, para até novembro ou dezembro ter o anúncio tão esperado da abertura da carne bovina para o Japão”, afirmou Fávaro à imprensa em Cáceres (MT) onde participou de evento.
Nesta semana, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, esteve no Japão e se reuniu com autoridades locais para tratar do assunto. As negociações duram mais de 20 anos. A expectativa é que os japoneses autorizem embarques de carne bovina dos três Estados da região Sul, que obtiveram o reconhecimento de zonas livres de febre aftosa sem vacinação antes do restante do país. Em maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) estendeu o status a todas as unidades da federação.
O governo ainda tenta que o aval seja nacional, mas o processo documental está mais adiantado para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Acre e Rondônia ainda têm chances de serem incluídos na possível abertura parcial do Japão. Em junho, missão técnica japonesa vistoriou in loco o sistema sanitário da região Sul. O status de livre de febre aftosa sem vacinação é uma exigência feita pelo país asiático para a compra de carne bovina de seus parceiros comerciais.
Fávaro disse ainda que a possível abertura ajudará o setor pecuário brasileiro a superar a perda do mercado americano, com as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O ministro disse ainda que o Vietnã, que abriu seu mercado em março para a carne bovina brasileira, vai habilitar 20 frigoríficos em breve.
“Já habilitamos duas plantas e agora vamos habilitar pelo menos mais 20 plantas frigoríficas”, citou na entrevista. Fávaro comentou ainda sobre possibilidades de novas habilitações para Indonésia e Filipinas, que deu aval para as exportações de carne com osso e miúdos bovinos recentemente.
“É um conjunto de ações que possam dar destino à carne brasileira. Já estamos vendo isso no primeiro mês [de tarifaço], que não afetou nem o preço ao pecuarista nem a rentabilidade”, afirmou.