
A Marfrig encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 85 milhões, resultado 13% superior ao registrado em igual período do ano passado. Segundo a companhia, “o trimestre foi marcado pelo crescimento na capacidade de abate e desossa decorrente do investimento na expansão de complexos industriais pela América do Sul”.
Saiba-mais taboola
Ao todo, o continente respondeu por 66% das vendas da Marfrig no segundo trimestre. Foram 205 mil toneladas, volume 7,8% acima do registrado no mesmo período de 2024. A receita líquida consolidada total da empresa cresceu 8,6%, para R$ 37,7 bilhões entre abril e junho deste ano.
Desse total, 40% se deve ao resultado da BRF, 49% à operação na América do Norte e 11% ao negócio na América do Sul.
Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Marfrig ficou em R$ 3 bilhões, queda de 10% em relação ao segundo trimestre do ano passado, com margem de 8%, abaixo dos 9,7% de um ano antes.
A empresa informou que sua alavancagem (medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda) também caiu — de 3,8 vezes no segundo trimestre de 2024, para 2,7 vezes no último trimestre.
“O desempenho da companhia foi impulsionado por decisões estratégicas que incluem a concentração da produção em complexos industriais voltados para produtos com marca e maior valor agregado, com apoio dos confinamentos que garantiram os altos níveis de ocupação”, destacou Rui Mendonça, diretor da Marfrig na América do Sul, em nota.
De acordo com o executivo, a companhia aumentou em 26% o volume de gado próprio abatido em sua operação América do Sul no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024, o que permitiu ampliar em 66% os abates de bovinos habilitados para a Europa, região classificada pela direção da Marfrig como “melhor destino para cortes de traseiro”.
“Entendemos que os confinamentos estão realmente entregando objetivos que tínhamos. E vamos seguir nessa sequência ao longo dos próximos períodos”, observou Mendonça.
Segundo ele, o mercado brasileiro tem se mostrado resiliente nos últimos anos, absorvendo cerca de 75% dos produtos industrializados produzidos na região.
Tarifaço
Questionado sobre os impactos da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA à carne brasileira, Mendonça afirmou que as vendas do Brasil para os EUA efetivamente atingidas pela medida representam 2,1% da receita consolidada na América do Sul tendo, portanto, pouco impacto sobre a operação da companhia.
“Os EUA compram basicamente matéria-prima para a indústria, que é a mesma matéria-prima que nós utilizamos, por exemplo, para produção de hambúrguer. Então, no dia a dia, a gente vai tomando a decisão do melhor resultado: se é o redirecionamento para outros mercados ou a produção de produtos processados”, disse Mendonça, classificando a situação como “solucionada de imediato”.
Quando considerada apenas a operação da Marfrig na América do Norte, a companhia registrou receita líquida de US$ 3,26 bilhões no último trimestre, aumento de 5,3% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O resultado, conforma Marfrig, refletiu o maior preço médio dos produtos vendidos no continente, que passa por uma fase de baixa oferta no ciclo pecuário.
“Apesar do cenário adverso de baixa disponibilidade animal e aumento de custo de matéria-prima que afetou o setor como todo, a National Beef se manteve resiliente, focada na excelência operacional”, disse, em nota, o diretor da Marfrig na América do Norte, Tim Klein. Segundo o executivo, “o reflexo disso foi um total de vendas de 468 mil toneladas e a performance da empresa ficando acima da média, com 88% do volume vendido no mercado doméstico”.