As políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representam uma ruptura nos pilares do comércio internacional. É como o professor de agronegócio do Insper, Marcos Jank, analisa as tarifas de 50% impostas ao Brasil que afetam várias cadeias do agro.
Leia também
Tarifa dos EUA sobre Índia acende alerta no mercado global de fertilizantes
Brasil pode redirecionar a países árabes produtos do agro sob tarifaço dos EUA
Tarifaço dos EUA só deve impactar exportações do tabaco brasileiro em 2026
Durante evento nesta terça-feira (12/8), no Cubo Itaú, ele destacou que o primeiro mandato de Trump foi benéfico para o agronegócio brasileiro por causa da guerra comercial dos EUA com a China. Agora, a postura do presidente americano liga o alerta para novas tarifas, além das que já prejudicam setores como café, carnes, pescados, frutas e fumo.
“O Brasil depende da importação de insumos essenciais, como fertilizantes e diesel da Rússia, e um novo tarifaço traria impactos diretos à produção”. Para Jank, a relação com a Rússia pode ser motivo para novas taxas por parte de Trump. “É uma era de incertezas e volatilidades”.
Segundo Jank, o presidente americano “detonou” vetores do comércio mundial vigentes há mais de 80 anos, como tarifas consolidadas e blocos econômicos criados pós-guerras, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Seu novo governo colocou restrições no maior mercado liberal do mundo. Os EUA são o maior importador do mundo”, disse.
Para o professor, a agricultura brasileira se diferencia pela alta produtividade e sistema de integração, como o de lavoura pecuária e floresta. Uma condição que coloca o país na liderança em regiões tropicais.
“O Brasil combina competitividade, sustentabilidade e escala”, ressaltou.