
O preço do café moído caiu 1,01% em julho, após 18 altas mensais seguidas, de acordo com a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre janeiro de 2024 e junho de 2025, o preço do café acumulou alta de 99,46%.
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“Falar algo de tarifaço [no café] seria bola de cristal. O dado é de julho, sem efeito de tarifa dos Estados Unidos, que começou em agosto”, afirmou o gerente do índice, Fernando Gonçalves.
Na sua avaliação, a queda do preço reflete a maior oferta do produto nas prateleiras para o consumidor e seria prematuro falar em qualquer efeito do tarifaço.
Em junho, segundo ele, a oferta do café no campo tinha aumentado, mas isso não aparecia nos preços para o consumidor, movimento observado agora em julho.
“Depois de 18 meses de alta, desde janeiro de 2024, o preço do café caiu 1,01%. Em junho, estava começando a colheita, com maior oferta de produto do campo. Em julho, essa maior oferta influenciou o preço nas prateleiras. É cedo para falar em efeito de tarifaço”, reforçou.
A cautela de Gonçalves em atribuir qualquer influência do tarifaço no preço do café também é observada quando se considera os preços como um todo. O resultado de 0,26% do IPCA reflete “retrato de julho”.
Sua leitura é que o efeito de tarifaço na inflação vai depender de resposta do mercado e possível escoamento de produtos para outros países.
“Vemos as pessoas falando de frutas, pescados, carne… Mas tarifa começou agora. Tem que ver como mercado vai responder, se vai conseguir escoar para outros mercados. Se ficar no mercado interno [produto que seria exportado para EUA], com oferta maior, a tendência é que preço caia”.