
A São Martinho registrou em seu primeiro trimestre da safra 2025/26 uma queda de 40,2% em seu lucro líquido, afetado principalmente pela depreciação de seus ativos biológicos, que foi puxada pela queda dos preços do açúcar, mas que tem apenas efeito contábil (sem efeito caixa). O resultado líquido ficou em R$ 62,8 milhões.
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Por outro lado, o lucro caixa cresceu 3,3 vezes, para R$ 157 milhões no trimestre, quando o ambiente favorável no mercado de etanol, com demanda em alta e preços sustentados, garantiu melhores receitas e margens nessa operação.
Embora tenha iniciado a temporada com uma produção no negócio de cana-de-açúcar mais voltada para o açúcar do que para o etanol, a companhia registrou mais vendas do biocombustível no trimestre, aproveitando os estoques do produto fabricado na safra anterior e a nova produção da fábrica de etanol de milho na Usina Boa Vista, que está operando a pleno vapor.
A receita líquida da companhia no trimestre aumentou 6,8% e alcançou R$ 1,8 bilhão, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 4,4%, a R$ 805 milhões.
Somente no negócio de milho (que inclui etanol, DDGS, óleo de milho e Créditos de Descarbonização, os CBios, do etanol de milho), a receita teve um salto de 94%, para R$ 265,8 milhões. A operação de milho na usina goiana contribuiu com um Ebitda de R$ 95,5 milhões para o resultado da São Martinho trimestre, enquanto um ano atrás o negócio de milho havia registrado um Ebitda ainda marginal, de apenas R$ 6 milhões.
O melhor desempenho das vendas de etanol compensou o ambiente desfavorável do mercado de açúcar. No trimestre, a São Martinho vendeu 4,1% menos açúcar na comparação anual, e com preços 8,2% inferiores.
Até 30 de junho, o processamento de milho vinha mais próximo do esperado, com aumento de 10,6% no volume processado do grão, que alcançou 137,3 mil toneladas.
Já as operações de cana-de-açúcar até o fim do primeiro trimestre vinham mais fracos do que um ano atrás, puxados pela quebra da produtividade. A moagem da matéria-prima recuou 7,6%, para 8,2 milhões de toneladas.
Como resultado, entre as duas operações, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) total do trimestre ficou 10,9% abaixo do resultado de um ano antes, em 1,1 milhão de toneladas.
Ao longo do trimestre, a dívida líquida da São Martinho teve uma leve redução de 1,4%, para R$ 4,8 bilhões, fruto da liquidação e amortização de alguns instrumentos, como contratos de pré-pagamento para exportação, capital de giro e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
A queda no endividamento concomitante à melhora do Ebitda permitiu que a alavancagem recuasse 5,1% entre o fim de março e o fim de junho, para 1,36 vez.