O senador Cid Gomes (PSB-CE) chamou atenção nesta quarta-feira (6) ao afirmar, em tom de brincadeira, que está disposto a usar uma retroescavadeira para desobstruir o plenário do Senado, atualmente ocupado por senadores bolsonaristas. A declaração foi feita após reunião de líderes convocada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para discutir soluções diante da paralisação das atividades legislativas.
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Desde a última segunda-feira (5), parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ocupam o plenário em protesto. Entre as exigências do grupo estão a anistia a Bolsonaro e apoiadores envolvidos em atos antidemocráticos, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos protagonistas da mobilização é o senador cearense Eduardo Girão (Novo), que vem liderando um revezamento entre os colegas para manter a ocupação.
Cid Gomes criticou o bloqueio das atividades e demonstrou preocupação com a possível perda de validade de uma medida provisória importante. A proposta em questão eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036,00) e pode beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros. “Essa MP é urgente, ou trará prejuízo para milhões de brasileiros. Então será votada de forma virtual”, afirmou o senador.
Segundo ele, o presidente Davi Alcolumbre já indicou que, caso o impasse continue, a Casa retomará as atividades de qualquer forma na próxima semana. “Semana que vem, é como quem diz: ‘Por bem ou por mal, na semana que vem teremos sessão no plenário’”, reforçou Cid.
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Foi nesse contexto que o senador cearense fez a declaração que viralizou nas redes sociais: “Qualquer coisa, até me prontifiquei a colocar uma retroescavadeira aí”, disse, ironizando a resistência dos colegas bolsonaristas. A fala remete ao episódio de 2020, quando Cid, à época licenciado do Senado e secretário de Estado, usou uma retroescavadeira para tentar furar um bloqueio feito por policiais em greve no Ceará.
Enquanto isso, Eduardo Girão continua articulando a ocupação e reforça sua pauta de oposição ao Supremo Tribunal Federal. Crítico frequente dos ministros da Corte, o senador afirma que sua permanência no plenário é um ato de resistência e um “chamado pelo resgate da democracia”
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