A Marfrig e a BRF enviaram ofício nesta segunda-feira (4/8) solicitando para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manter o procedimento ordinário e adotar rito sumário no processo de fusão. Nesse formato, a tramitação é mais rápida. As duas empresas pedem, no documento, que o presidente do órgão, Gustavo Augusto, reconsidere sua posição.
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Em despacho, o presidente do Cade leva em conta a manifestação da Minerva apontando risco concorrencial diante da fusão de BRF e Marfrig e pede esclarecimentos adicionais referentes à participação dos fundos SALIC International Investment Company (“SIIC”) e em particular a Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (“SALIC”).
A SALIC já detém 24,5% do capital da própria Minerva e, com a incorporação, passará a ter participação também na Marfrig, o que, segundo a empresa, pode levar a um alinhamento indevido de interesses entre concorrentes. A Minerva teme, ainda, que conselheiros indicados pela Salic nas duas companhias favoreçam a troca de informações estratégicas, prejudicando a rivalidade no setor.
Eu seu ofício, assinado pelo escritório Mudrovitsch Advogados, a Marfrig e a BRF argumentam, entre outras coisas, que há regras estatutárias que impedem a SALIC de interferir na independência das empresas e de influenciar a condução de seus negócios.