Começam a valer nesta sexta-feira (1/8) as novas misturas de biocombustíveis nos derivados de petróleo. A gasolina passa a receber 30% de etanol anidro (E30) e o diesel passa a ter 15% de biodiesel (B15). As novas misturas foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em junho e estão alinhadas ao programa Combustível do Futuro, aprovado no ano passado.
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Do lado da produção, as indústria avalia que tem capacidade de atender a demanda adicional pelos renováveis. Do lado do consumo, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) fez um levantamento avaliando o impacto nos preços.
O aumento das misturas de biocombustíveis aos combustíveis fósseis vendidos no Brasil válido a partir de amanhã poderá provocar uma queda no preço da gasolina C (vendido nos postos) de aproximadamente R$ 0,02 o litro, enquanto deve aumentar o preço do diesel B (vendido nos postos) em aproximadamente R$ 0,02 o litro.
O cálculo da Fecombustíveis considerou o preço médio da gasolina A (pura) vendida pela Petrobras às distribuidoras, que está em R$ 2,85 o litro, e o preço médio do etanol anidro vendido em São Paulo, que está em R$ 2,92 o litro.
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Embora o litro do etanol anidro esteja isoladamente mais caro que o litro da gasolina A, os impostos que incidem sobre o biocombustível são menores, o que torna o custo final do produto inferior ao do derivado fóssil.
Nas contas da Fecombustíveis, o preço médio da gasolina C vendida pelas distribuidoras aos postos, com 27% de etanol anidro, está hoje em R$ 5,0423 o litro, e a partir de amanhã passará a R$ 5,0234 o litro, com mistura de 30%. A diferença, portanto, deverá ser uma queda de R$ 0,0189 o litro no preço da gasolina vendida pelas distribuidoras aos postos.
Porém, no caso do diesel vendido aos motoristas, o preço do biodiesel vendido pelos produtores está significativamente mais alto, compensando os impostos mais baratos para o biocombustível.
Segundo a federação, o preço médio de venda do diesel A (puro) pela Petrobras está em R$ 3,32 o litro, enquanto o preço médio do biodiesel puro (B100) vendido pelas usinas produtoras está em R$ 5,45 o litro. Com isso, o aumento de 1 ponto percentual na mistura poderá fazer com que o custo do diesel das distribuidoras aos postos saia de R$ 5,0612 o litro atualmente para R$ 5,0805 o litro. Isso significa uma alta de R$ 0,0193 o litro no preço do diesel vendido pelas distribuidoras aos postos.
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A Fecombustíveis afirmou que o cálculo considera a situação atual “desde que mantidas todas as variáveis de mercado”, mas ressaltou que os preços podem variar, já que não considera custos de frete de coleta ou entrega dos combustíveis, nem margens, nem o repasse do custo com Créditos de Descarbonização (CBios).
“As alterações de preços, a partir dos aumentos nas misturas dos biocombustíveis, divulgadas na mídia podem não ocorrer exatamente como previsto, pois tratam-se de mera estimativa cuja concretização depende de múltiplos fatores de mercado que podem variar no tempo e de acordo com cada região”, acrescentou.