O preço do café caiu na bolsa de Nova York, com investidores digerindo a possibilidade de isenção para as tarifas prometidas pelo presidente americano Donald Trump. Na sessão desta terça-feira (29/7), os lotes do arábica para setembro fecharam em queda de 1,72% (520 pontos), para um valor de US$ 2,9650 a libra-peso.
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As notícias que vem dos EUA deram o tom de baixa para as cotações. O secretário de Comércio do país, Howard Lutnick, disse hoje que Trump avalia isentar de taxas as compras de café, cacau e outros recursos naturais pelos americanos.
A medida, se confirmada, beneficiaria o Brasil, uma vez que Trump disse que aplicaria sobretaxas de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.
“Essa notícia mexe muito com o mercado, pois é uma concessão importante americana e uma sinalização que ainda não havia sido feita. Como os EUA praticamente não produzem café, há chances mesmo de o produto ficar isento das tarifas americanas”, pontuou Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria.
Além do alívio para as taxas sobre o café, o analista acredita que o tarifaço pode ser postergado por mês, enquanto Trump avalia “o que vai pedir em troca ao Brasil, como as negociações sobre terras raras e ainda na exploração do petróleo”.
Por fim, Bonfá lembra que o preço do café perdeu força após o mercado minimizar os impactos da chuva de granizo registrada em áreas produtoras de Minas Gerais.
Cacau
No mercado do cacau em Nova York, os contratos com vencimento em dezembro fecharam em baixa de 2,35% (181 pontos), para US$ 7.509 a tonelada.
As declarações do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, sobre isenção nas tarifas, também incluíram o cacau. No entanto, para Lucca Bezzon, analista de inteligência de mercado da StoneX, a notícia não trouxe impacto para o fechamento desta terça.
“Essa notícia deveria trazer uma pressão de alta para as cotações do cacau, já que os EUA representam 7,5% das importações globais do produto”, pontuou. Ainda na avaliação dele, a possível isenção das sobretaxas está ligada possivelmente a pressão das indústrias de chocolate nos EUA, que vem alegando impacto para as margens diante dos altos custos do cacau.
Suco de laranja
A sessão em Nova York ainda foi marcada por uma forte queda nos preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês). Os lotes para setembro fecharam em baixa de 6,15% (2000 pontos), a US$ 3,0545 a libra-peso.
Ainda que o secretário americano Howard Lutnick não tenha mencionado nenhuma isenção para o suco de laranja, a fala com relação a outros produtos traz uma esperança para o setor brasileiro. Na safra 2024/25, os Estados Unidos foram o segundo principal destino do suco brasileiro, com 41,7% de participação, atrás apenas da Europa.
Algodão
Nas negociações do algodão em Nova York, os lotes para dezembro fecharam em queda de 0,98% (67 pontos), a 67,67 centavos de dólar a libra-peso.
Açúcar
Apesar o açúcar se valorizou entre as commodities agrícolas negociadas em Nova York. Os contratos para outubro subiram 0,97% (16 pontos), para 16,59 centavos de dólar a libra-peso.