Uma soma de fatores negativos favoreceu o quadro de preços mais baixos para a soja na bolsa de Chicago nesta segunda-feira (28/7). Os contratos com entrega para agosto caíram 1%, a US$ 9,8875 o bushel, a sexta baixa consecutiva no pregão.
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Para Ênio Fernandes, analista da Terra Agronegócios, as condições de clima adequadas para a safra dos EUA são o principal fator de queda para a soja no mercado internacional. Segundo ele, o clima para o desenvolvimento dos grãos no país é quase perfeito.
“Na semana passada, nem mesmo os anúncios de acordo com a União Europeia Japão — grandes compradores de mercadorias agrícolas dos EUA — foram capazes de mudar a tendência para os preços, e o mercado segue entregando pressão de baixa, pois o clima está ajudando, e isso indica que teremos boa produtividade para a safra americana”, diz Fernandes.
Em outra ponta, a consultoria Granar disse que o grão caiu também devido ao corte de impostos de exportação do complexo soja argentino — de 33% para 26% para a soja e de 31% para 24,5% para o farelo e óleo — anunciado pelo governo no sábado, dado que a competitividade das exportações argentinas está melhorando , em detrimento das vendas americanas.
Na avaliação de Fernandes, no entanto, ainda que a Argentina tenha reduzido suas taxas de exportação, o valor ainda é considerado elevado.
Ainda no campo da geopolítica, a Royal Rural pontua, em boletim, que a trégua tarifária entre EUA e China mantém a incerteza sobre o que vai acontecer com a demanda por grãos americanos.
“De modo geral, o clima bom alivia o risco de perdas na safra, mas a falta de progresso nos acordos [comerciais] reforça a queda dos preços em Chicago. Os mercados de grãos ficam cada vez mais esperando por um acordo agrícola, mas ele é sempre adiado”, destaca.
Milho
O preço do milho segue em queda na bolsa de Chicago. Os lotes para dezembro, os mais negociados, fecharam em baixa de 1,19%, a US$ 4,14 o bushel.
As cotações são pressionadas pelo clima, que traz condições de lavouras ideais para a safra americana em 2025/26. Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, destaca que para os próximos dez dias, a previsão é de chuvas dentro da média, com temperaturas amenas para a principal região produtora de grãos nos EUA.
“Os EUA podem colher uma safra de milho que pode chegar a 400 milhões de toneladas. É uma produção gigante, favorecida neste momento pelo clima”, diz.
Trigo
O trigo fechou a sessão em Chicago com preços praticamente estáveis. Os contratos para setembro subiram 0,05%, negociados a US$ 5,3850 o bushel.