STF define que Jair Bolsonaro não poderá mais acessar redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está proibido de acessar redes sociais, em decisão que faz parte de um conjunto de medidas cautelares impostas pela Corte nesta sexta-feira (18). Além da proibição de uso das redes, Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica e está impedido de manter contato com alguns de seus familiares, incluindo o filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes e cumpridas nesta manhã pela Polícia Federal (PF), em uma operação que incluiu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, incluindo sua residência em Brasília e imóveis vinculados ao Partido Liberal (PL).

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A restrição ao uso de redes sociais busca impedir que Bolsonaro utilize esses canais para influenciar nas investigações em curso e para potencialmente incitar atos que motivaram as medidas judiciais.

Além das restrições digitais, a decisão judicial impede que o ex-presidente se comunique com diplomatas estrangeiros e o obriga a cumprir recolhimento domiciliar em horário determinado.

A determinação de uso de tornozeleira eletrônica para monitorar o ex-presidente tem o objetivo de evitar riscos de fuga do país, conforme previsto nas medidas cautelares.

Denúncia da PGR

Ainda esta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo o pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete integrantes do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, em ação penal que investiga crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e à ruptura democrática após as eleições de 2022.

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No documento de 517 páginas, o procurador-geral Paulo Gonet detalha que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento, mas liderou a articulação de um plano que visava minar o resultado das urnas e impedir a alternância legítima do poder. Segundo a PGR, o grupo utilizou o aparato estatal para ataques orquestrados contra o sistema eleitoral e as instituições, mobilizando agentes públicos e recursos para propagar narrativas falsas e estimular a instabilidade social.

Entre os crimes listados estão:

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Dano qualificado ao patrimônio da União

  • Deterioração de patrimônio tombado

Esses crimes, em caso de condenação, podem resultar em penas superiores a 30 anos de prisão para os principais envolvidos.

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Além de Jair Bolsonaro, foram denunciados:

  • Walter Braga Netto, general e ex-ministro

  • Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa

  • Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência

O procurador-geral pontua que Bolsonaro, “no exercício do cargo mais elevado da República, instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, um esquema persistente de ataques às instituições públicas e ao processo sucessório”, sendo considerado o “principal articulador e maior beneficiário” do planejamento golpista.

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