
Preços internacionais da pluma operaram com margens estreitas ao longo do primeiro semestre A combinação de aumento na produção e consumo global desaquecido tem pressionado os preços internacionais do algodão ao longo do ano e a tendência tende a se manter no terceiro trimestre, com safra recorde no Brasil e ampliação dos estoques nos Estados Unidos, os dois maiores produtores da pluma no mundo.
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Os preços internacionais do algodão operaram com margens estreitas ao longo do primeiro semestre, oscilando entre 65 e 70 centavos de dólar por libra-peso para o vencimento de dezembro de 2025, observaram em relatório os analistas da StoneX, Raphael Bulascoschi e Flavio Sales.
Os analistas estimam que o nível de estoques globais de algodão fechará a safra 2024/25 em patamar mais elevado após uma oferta boa vinda de Estados Unidos, Brasil e China. O relatório mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica para a safra 2024/25 estoque global de 16,8 milhões de toneladas, 4,8% acima da safra anterior.
Nos EUA, o relatório de área plantada apontou para uma redução e 8,7% no plantio da safra 2025/26, para 4,1 milhões de hectares. A produção americana está estimada em 3,05 milhões de toneladas. Mesmo com o plantio menor, o volume produzido ajudará a manter estoques folgados, pressionando os preços na bolsa de Nova York.
Do lado da demanda, a atenção se volta para as exportações americanas. Nos últimos anos, o país exportou mais de 80% da produção, tendo a Ásia como um grande destino. A guerra comercial entre EUA e China, no entanto, pode afetar os embarques americanos.
Na China, as lavouras apresentam bom desenvolvimento vegetativo. Além disso, observam os analistas, a principal origem do algodão importado pela China já não é mais os Estados Unidos, mas sim o Brasil. O Brasil colheu 3,67 milhões de toneladas em 2024 e deve produzir 3,85 milhões de toneladas neste ano, segundo a StoneX.
Outros importadores relevantes, como Bangladesh, Paquistão e Vietnã, também merecem atenção porque enfrentam instabilidades políticas ou econômicas que podem afetar o consumo.