
Colheita sul-americana pode impactar as exportações dos Estados Unidos A safra robusta na América do Sul deve tornar o mercado internacional mais competitivo no segundo semestre, contribuindo para o cenário mais baixista de preços na bolsa de Chicago. A avaliação é de Raphael Bulascoschi, analista da StoneX.
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Segundo o analista, a safra sul-americana pode mesmo impactar nas exportações dos Estados Unidos, levando a um aumento dos estoques finais no país.
A estimativa mais recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) é de estoques finais equivalentes a 8,9% do consumo anula, no fim da safra 2024/25, o segundo menor patamar dos últimos dez anos. Ainda assim, os preços do milho caíram na bolsa de Chicago no segundo trimestre, com a perspectiva de oferta ampla na safra sul-americana.
No Brasil, segundo estimativa da Stonex, a segunda safra deve somar 108,2 milhões de toneladas, a segunda maior da história, levando a safra total para 136,1 milhões de toneladas em 2024/25.
O volume surpreendeu o mercado, que esperava perdas devido ao atraso inicial no plantio da segunda safra. O grande volume produzido deve abrir espaço para exportações de 42 milhões de toneladas.
O consumo brasileiro cresce com a maior demanda de milho para etanol. A estimativa é de aumento de 4,5 milhões de toneladas no consumo de 2025, para 89 milhões de toneladas.
Além do Brasil, os Estados Unidos devem ampliar a produção na safra 2025/26, em fase de plantio. O país ampliou a área plantada em 5,1%, para 38,53 milhões de hectares, e a safra está estimada em 401,9 milhões de toneladas. A China também apresenta desenvolvimento satisfatório das suas lavouras.
Come esse cenário, o mercado aponta tendência baixista para os contratos de milho negociados em Chicago, com os fundo especulativos ampliando a posição vendida.
O analista aponta como ponto de observação o desenvolvimento das lavouras americanas, que ainda podem sofrer com algum problema climático, tendo impacto positivo nas cotações. Bulascoschi acrescenta ainda que há rumores de recomposição de rebanhos nos EUA e no Brasil, o que pode fortalecer o consumo de milho para ração.