Revisão metodológica avaliou quatro principais ferramentas utilizadas no país e sugere abordagem integrada entre as diferentes análises Um estudo publicado por pesquisadores da Embrapa na revista científica Agricultural Systems em março deste ano propõe a integração de diferentes abordagens para encontrar formas mais precisas de estimar o potencial produtivo dos sistemas pecuários no país. A revisão metodológica avaliou quatro principais ferramentas utilizadas no país hoje, ponderando suas vantagens e desvantagens: benchmarking, agrupamento climático, análise de fronteira e modelos de sistemas de produção.
“Essas ferramentas auxiliam a identificar áreas que tenham maior potencial de aumento de produtividade, ou seja, nas quais é mais promissor mobilizar os recursos necessários para direcionar os esforços e investimentos de forma mais estratégica”, observa a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Patrícia Menezes Santos.
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Dentre as metodologias, o benchmark é destacado como o de maior simplicidade e aplicabilidade, sendo o mais disseminado no país. Nele, o desempenho de uma propriedade é comparado com outras de maior produtividade, mas sem levar em consideração variáveis econômicas. Já o método de análise de fronteira examina a eficiência técnica e econômica usando modelos estatísticos e econométricos, podendo ser aplicado em diferentes escalas de produção.
Para regiões de clima semelhantes, o estudo propõe o agrupamento climático como método de avaliar o desempenho produtivo. Nele, o potencial técnico para aumento da produtividade é avaliado a partir de fatores como clima e tipo de sistema de produção, sem considerar estratégias de manejo, nutrição e pastoreio.
“Apesar da limitação por depender de bases de dados de larga escala, o método é flexível e pode incorporar características regionais ou outras variáveis para fornecer uma visão das regiões com alto potencial de intensificação de sistemas de produção”, avaliam os pesquisadores da Embrapa.
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Por fim, o estudo avalia o uso de modelos de sistema de produção para medir o potencial produtivo da pecuária. Neste caso, a análise abrange a capacidade de suporte de pastagens, com a produtividade primária da pastagem e eficiência do pastejo, além dos processos biofísicos dos animais e pastagens ao longo do tempo. Por esta razão, eles são apontados pelo pesquisadores como os mais promissores, desde que aprimorados.
“A complexidade em comparar diferentes métodos e a falta de padronização nas análises dificultam a identificação dos fatores que impactam as lacunas de rendimento, evidenciando a necessidade de abordagens integradas para aprimorar a eficiência produtiva. A combinação de métodos pode fornecer insights mais completos para a tomada de decisões no setor agropecuário”, conclui o estudo.