
Colheita no Brasil impacta diretamente as cotações no mercado internacional O café vive um momento de pressão de baixa na bolsa de Nova York, enquanto o andamento da colheita no Brasil reduz as preocupações que oferta. Os contratos do arábica para setembro fecharam em queda de 3,05% nesta quarta-feira (18/6), a US$ 3,2230 a libra-peso.
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A cotação foi diretamente impactada pelo fechamento na bolsa de Londres, onde os preços cederam mais de 6%. Por lá, – assim como acontece em Nova York – o avanço da safra no Brasil também é motivo para o derretimento das cotações, como destaca Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios.
“Estamos na sazonalidade de baixa pelo lado da oferta que já era esperada pelo mercado. Mas os números de colheita para o café conilon surpreenderam. Com tamanha disponibilidade, o robusta brasileiro hoje é o mais barato do mercado, e também por isso estamos vendo esse desmonte de posições”, afirma Zotti.
Dados da Pine mostram que a colheita de café arábica no Brasil da safra 2025/26 chegou a 30% do esperado até o momento, versus 26% colhidos nessa mesma época do ano passado. No caso do conilon, os trabalhos atingem 45%, acima dos 40% em 2024.
Ao detalhar o andamento da colheita do café arábica no país, Zotti, que visitou algumas áreas produtoras recentemente, conta que chama a atenção a quantidade de queda dos frutos, provocadas por chuvas e ventos fortes registrados desde maio. Apesar desse quadro afetar negativamente a qualidade do café que será colhido, ele traz um certo otimismo para a produção do ano que vem, reforçando a tendência de queda para o grão em Nova York.
“Ainda que as chuvas possam atrapalhar a produção de café fino, elas estão trazendo uma condição muito boa para a safra 2026/27. Sem eventos de geada e sem o atraso das precipitações, podemos ter uma safra cheia”, projeta.
Suco de laranja
O preço do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) despencou em Nova York em meio ao otimismo com a safra em importantes áreas produtoras. Os contratos com vencimento em setembro recuaram 5,94%, a US$ 2,3760 a libra-peso.
De acordo com Jack Scoville, do Price Futures Group, a tendência é de baixa para o suco em Nova York após o registro de chuvas em áreas produtoras da Flórida, principal produtor de laranjas dos EUA.
O mercado também vê com bons olhos as previsões para a safra no Brasil, que é o maior exportador de suco de laranja do mundo.
Cacau
O preço do cacau registrou forte baixa na bolsa de Nova York, em um momento em que o mercado segue cauteloso com o andamento do conflito entre Irã e Israel. Os contratos da amêndoa para setembro fecharam em queda de 3,67%, para US$ 8.803 a tonelada.
Avaliação da StoneX destaca que, embora os primeiros dados climáticos para o desenvolvimento da safra 2025/26 indiquem chuvas próximas à normalidade nas principais regiões produtoras, o cenário ainda exige cautela.
“Se a tendência de clima favorável se mantiver, somada aos preços altos e maior margem para investimentos em manejo, há espaço para uma recuperação [queda nas cotações], embora ainda seja cedo para afirmar esse movimento”, avaliam, em nota, os analistas de inteligência de mercado da StoneX Rafael Borges e Lucca Bezzon.
Apesar do quadro atual de baixa para os preços futuros, a consultoria ainda vê risco para a oferta global, que pode levar a produção a um novo déficit, que seria o quarto consecutivo. “As expectativas iniciais de recuperação na temporada 2024/25 foram frustradas pelo clima mais seco, com a perda de ritmo da colheita na safra intermediária”.
Açúcar
Nos negócios do açúcar em Nova York, os lotes do açúcar para novembro tiveram queda de 1,21% , a 16,31 centavos de dólar a libra-peso.
Algodão
Em dia de baixa generalizada para as “soft” commodities em Nova York, o algodão também foi penalizado. Os papéis para dezembro tiveram queda de 1,30%, cotados a 66,67 centavos de dólar a libra-peso.






