
Atraso na colheita americana também trouxe reflexo para o mercado, que também acompanha as questões geopolíticas no Oriente Médio O trigo e a soja foram negociados com preços mais altos na bolsa de Chicago, com as cotações impactadas principalmente pelas questões relacionadas com a oferta, ainda que os fatores geopolíticos permaneçam no radar. O trigo fechou com elevação de 2,33%, com os lotes para julho precificados a US$ 5,49 o bushel.
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A consultoria Granar lembra que o conflito entre Irã e Israel interfere ainda nas negociações, já que envolve dois países que consomem bastante trigo. Mas como esse fato já estava no radar do mercado desde a semana passada, as informações sobre a safra americana deram impulso extra aos preços.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse ontem que a colheita de trigo de inverno no país chegou a 10% da área, bem atrás dos 25% colhidos no mesmo período em 2024 e também abaixo dos 16% da média dos últimos cinco anos.
Outro dado que influenciou positivamente foi sobre a condição das lavouras. As plantas com boas e excelentes condições caíram de 54% para 52% do total semeado. O índice ficou abaixo dos 54% previstos por analistas de mercado.
Soja
A soja registrou preços mais altos em Chicago, apoiada por fundamentos de oferta, enquanto seguem no radar as preocupações com o conflito entre Irã e Israel. Os contratos para julho avançaram 0,40% na sessão de hoje, para US$ 10,74 o bushel.
Depois de muito tempo sem grandes problemas no plantio da safra 2025/26 nos EUA, o (USDA) reportou um atraso no plantio, que chegou a 93% da área, queda de um ponto percentual em relação à média dos últimos cinco anos e também abaixo dos 95% esperado por agentes de mercado.
Soma-se a isso a deterioração das lavouras. Os cultivos classificados com boas e excelentes condições caíram de 68% para 66% no período de uma semana.
Ainda na avaliação de Ismael Menezes, sócio da MD Commodities, apesar do conflito entre Irã e Israel, os fundos estão com suas atenções muito mais voltadas para o desenrolar da safra americana.
“É claro que se o conflito escalar, e respingar nos preços do petróleo e do óleo [de soja], o grão em Chicago poderá ser impactado. Mas há outras frentes para o mercado, como o bom nível de umidade do solo em lavouras dos EUA que ainda impede um ímpeto maior nos preços”, afirma Menezes.
Milho
O milho se desvalorizou em Chicago. Os lotes para julho recuaram 0,75%, cotados a US$ 4,3150 o bushel.
Enquanto tenta decifrar as incertezas do quadro geopolítico, o milho fechou com preços em baixa, olhando para a finalização do plantio nos EUA, e também para a melhora nas condições de lavouras semeadas. Segundo o USDA, do total plantado, 72% estão em boas e excelentes condições, em comparação com os 71% da semana passada.