PF indicia Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem no inquérito da "Abin paralela"

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta terça-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); o filho dele, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ); e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no inquérito que investiga a chamada “Abin paralela”. O caso diz respeito a um esquema de espionagem ilegal supostamente montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo Bolsonaro.

O relatório final da PF, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que mais de 30 pessoas foram indiciadas por envolvimento na estrutura paralela de espionagem, que teria monitorado ministros do STF, políticos, jornalistas e outras autoridades consideradas adversárias do ex-presidente e de seus filhos. Entre os alvos da espionagem ilegal estão nomes como os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, além do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

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Segundo as apurações, o grupo utilizava um software capaz de rastrear celulares por meio das redes 2G, 3G e 4G, permitindo o monitoramento constante da localização dos alvos. A PF também identificou um suposto conluio entre a atual direção da Abin, nomeada pelo governo Lula, e a gestão anterior para evitar que os monitoramentos ilegais fossem revelados.

Negativas dos investigados

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem negaram as acusações. Em janeiro de 2024, Bolsonaro afirmou em transmissão ao vivo que a “Abin paralela” não existiu, enquanto Ramagem classificou as investigações da PF como “ilações rasas e conjecturas”.

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Próximos passos no processo

O indiciamento significa que a PF concluiu que há indícios suficientes de que os investigados cometeram crimes, mas não implica necessariamente que serão processados. O relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia ao STF. Caso a denúncia seja aceita, o plenário do Supremo definirá se abre processo contra os acusados.

Se o processo for aberto, Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Ramagem e os demais indiciados se tornarão réus e poderão ser julgados pelo STF, com possibilidade de condenação ou absolvição ao final do julgamento.

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