No ciclo 2024/25, empresa movimentou 6,2 milhões de toneladas, a maior parte pelo terminal de Guará (SP), que completa dez anos A VLI espera transportar neste ano um volume de açúcar semelhante ao do ano passado. A diretora-executiva comercial da empresa, Carolina Hernandez, vê o mercado estabilizado, e afirma que a indústria está demandando serviços logísticos, mesmo no atual momento de baixa da commodity no mercado internacional.
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As cotações do açúcar na bolsa de Nova York estão em 16 centavos de dólar por libra-peso. Em um mês, o contrato julho de 2025 caiu mais de 8%; os lotes para entrega em outubro, quase 6,5%.
“Mesmo em um contexto de rentabilidade menor, por causa do preço de bolsa, ainda se justifica para o nosso cliente a contratação de capacidade logística. É um ano em que podemos replicar o ano passado. Estamos confiantes no mercado de açúcar e temos uma boa expectativa de movimentação ferroviária”, analisa.
Na temporada 2024/25, a VLI movimentou um volume recorde de açúcar: 6,2 milhões de toneladas. Atribuiu o desempenho à eficiência operacional e “soluções integradas”, em um ano com menor produção no Centro-sul do Brasil. Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), as usinas da região fabricaram 40,16 milhões de toneladas, 5,3% a menos que na safra anterior.
Para 2025/26, a consultoria Datagro prevê uma produção de 42,04 milhões de toneladas de açúcar no Brasil. Com essa quantidade, os analistas calculam que o país pode ajudar a oferta mundial da commodity a superar o consumo em 1,53 milhão de toneladas. O ciclo 2024/25 terminou com um déficit global de 4,67 milhões de toneladas, segundo a empresa.
“Mesmo se houver uma queda de safra, a gente acredita em uma preservação das exportações de açúcar. O Brasil é muito relevante. A gente vê o mercado estável”, avalia Carolina Hernandez, da VLI.

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O açúcar utiliza 15% da capacidade total da empresa de logística. Apenas no chamado Corredor Sudeste, a commodity responde por metade da operação da VLI. A principal estrutura para movimentá-la é o Terminal Integrador de Guará (TIGU), no interior de São Paulo. Na safra 2024/25, 4,5 milhões de toneladas, provenientes de 29 usinas de cana, passaram pelo local.
Como parte do Corredor Sudeste, o TIGU está conectado com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), da qual a companhia detém a concessão. A carga chega ao ponto de transbordo de caminhão. Em seguida, é colocada no trem com destino a Santos (SP), onde está o Tiplam, terminal portuário pertencente à empresa, que tem um berço de atracação dedicado ao embarque de açúcar.
O TIGU está em operação há dez anos. No início das atividades, movimentava pouco mais de 1,3 milhão de toneladas de açúcar. Ao longo do tempo, passou por ampliações. Em 2020, a VLI inaugurou um armazém em parceria com a Tereos, e elevou a capacidade de estocagem para 160 mil toneladas.
Expansão das operações
Carolina afirma que um novo ciclo de expansão na estrutura de Guará depende de um eventual aumento na produção de açúcar na região atendida pelo terminal. Ela diz que o local tem pouca ociosidade, e a VLI consegue suprir toda a demanda logísticas das usinas.
“Um investimento estruturante precisa de um ‘push’ de demanda. Mas sempre há oportunidades de tornar o ativo mais produtivo e ganhar capacidades orgânicas. É uma melhoria contínua em todas as partes do terminal”, diz.
O açúcar que não é embarcado em Guará, a VLI movimenta por terminais de terceiros e, a depender das condições do mercado, pelo terminal próprio em Uberaba (MG), por onde passam também outras commodities agrícolas.