
Analista vê impacto limitado das novas estimativas sobre os preços As novas projeções para a safra de soja nos EUA foram incapazes de mudar o rumo das cotações na bolsa de Chicago, que seguem em tendência de queda. Os contratos para julho fecharam em baixa de 0,79% nesta quinta-feira (12/6), cotados a US$ 10,4225 o bushel.
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O registro de problemas pontuais em algumas áreas de soja nos EUA não foi suficiente para o Departamento de Agricultura americano (USDA) mexer em suas previsões de safra no país. O órgão estimou a produção local em 118,12 milhões de toneladas em 2025/26, enquanto a aposta dos analistas era para um volume de 117,85 milhões de toneladas.
No que diz respeito à safra 2024/25, os dados para o Brasil e Argentina também estavam entre os mais aguardados, com o andamento da safra em ambos os países. Mas os dados oficiais contrariaram, em partes, o mercado.
O USDA manteve, em relação a maio, sua estimativa para a colheita de soja no Brasil em 169 milhões de toneladas, ou 200 mil toneladas a menos que a aposta de analistas de mercado.
Sobre a Argentina, a despeito de problemas com o excesso de chuva registrado em algumas áreas no mês de maio, a projeção de safra foi mantida em 49 milhões de toneladas, mesmo número previsto por analistas de mercado.
Para Ariel Nunes, analista da Gran Center Commodities, o relatório do USDA foi muito conservador, e não trouxe nenhum elemento que pudesse impactar o mercado.
Dessa forma, ele afirma que os investidores agora voltam a olhar para outros fundamentos, como as tratativas para um acordo comercial entre EUA e China.
“É esperado que até o dia 10 de agosto os EUA tomem alguma decisão sobre o acordo com os chineses. Como nós temos uma safra robusta de soja na América do Sul, se os EUA não se posicionarem no curto prazo, eles vão deixar dinheiro na mesa”, diz Nunes, referindo-se ao fato de que a soja brasileira pode continuar levando vantagem sobre a americana.
Ainda na visão do analista, novas resoluções sobre o acordo comercial podem dar impulso às cotações na bolsa americana, que há tempos seguem em uma faixa com pouca oscilação.
Milho
Em dia de um relatório considerado “morno” para o mercado do milho, o preço registrou leve alta em Chicago. Os contratos para julho subiram 0,34%, a US$ 4,3850 o bushel.
Enquanto o USDA manteve suas previsões para a colheita e exportações de milho nos EUA em 2025/26, os dados sobre os estoques trouxeram alguma preocupação para o mercado. O departamento projetou queda de 2,8% para os estoques finais de milho nos EUA, para 44,46 milhões de toneladas.
De acordo com Ariel Nunes, da Gran Center Commodities, após a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA, a atenção dos investidores recai novamente sobre os fundamentos.
“A partir de agora o clima será essencial para saber se teremos ou não uma boa safra [nos EUA]. Por enquanto está tudo favorável, quase toda a área foi semeada e não há preocupações com o clima. Tudo indica que teremos uma safra robusta de milho”, observa Nunes.
Trigo
Em dia de dados para a produção mundial e americana de trigo, o preço caiu na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em julho recuaram 1,45%, a US$ 5,2650 o bushel.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos manteve em 808,59 milhões de toneladas a previsão para a safra global de trigo no ciclo 2025/26. A estimativa para os estoques finais, no entanto, diminuiu, passando de 265,7 milhões de toneladas para 262,7 milhões neste mês.
Já para os Estados Unidos, a previsão para a colheita de trigo permaneceu em 52,28 milhões de toneladas, em linha com as expectativas de mercado. Por outro lado, os estoques finais sofreram ajuste, passando de 25,1 milhões de toneladas para 24,45 milhões.






