
Senador afirma que medida é restritiva e beneficia apenas uma minoria A nova resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), publicada nesta quinta-feira (29/5) com o objetivo de atenuar os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, foi recebida com frustração por parte do setor agropecuário e parlamentares ligados à pauta ruralista. A medida prevê condições especiais para renegociação de dívidas e prazos ampliados para pagamento, mas entidades do setor apontam que os critérios são excessivamente burocráticos e que muitos produtores seguem desassistidos.
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A resolução autoriza as instituições financeiras a prorrogarem os vencimentos de parcelas de crédito rural com equalização do Tesouro Nacional de produtores afetados por questões climáticas em 2025. O alongamento poderá ser de até três anos no caso das operações de custeio. Já as prestações de investimentos poderão ser jogadas para um ano após o fim do contrato.
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou o conteúdo da medida, afirmando que ela é restritiva e beneficia apenas uma minoria dos produtores afetados. “A tão esperada resolução do CMN foi publicada. Mas, em vez de alívio, trouxe frustração. Com inúmeras restrições, atende a uma minoria de produtores gaúchos”, disse Heinze em nota oficial enviada na noite desta quinta-feira (29/5).
Segundo o senador, o pacote evidencia a falta de sensibilidade do governo federal diante da gravidade da situação enfrentada no campo. “Longe de oferecer esperança, a medida escancara o descaso de um governo que ainda não compreendeu a importância do campo para o Brasil”, declarou.
Heinze reforçou que os protestos organizados por entidades do agro no estado continuam e que a mobilização deve se manter. “As manifestações continuam e não vamos recuar até que o grito dos nossos produtores seja finalmente ouvido”, concluiu.
O movimento SOS Agro RS, que representa produtores rurais gaúchos afetados por dificuldades financeiras causadas pelas estiagens e enchentes, está organizando protestos nesta sexta-feira (30/5), cobrando soluções para a crise do endividamento no agronegócio do Rio Grande do Sul. São previstas manifestações em 98 municípios do Estado.