Parceria prevê a instalação de mais de 100 torres de sinal de internet privativas A Virtueyes, companhia especializada em tecnologias de internet das coisas (IoT), e a multinacional Huawei, uma das líderes globais em tecnologia da informação, fecharam uma parceria para levar, até o fim de 2025, conectividade a mais de 2 milhões de hectares do agronegócio brasileiro. Como parte da iniciativa, a Virtueyes prevê instalar mais de 100 torres privativas com tecnologia da parceira chinesa.
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“A tecnologia de redes privativas 4G é fundamental para aumentar a eficiência do agronegócio no Brasil. Com a parceria com a Virtueyes, será possível levar a tecnologia mais avançada, com mais amplitude de áreas cobertas, menos latência do sinal e mais segurança das informações”, disse Carlos Roseiro, executivo da Huawei.
Shandrus Carvalho, vice-presidente da Virtueyes, ressaltou que ainda há “verdadeiros desertos digitais” no agro brasileiro. “Essa realidade prejudica não apenas a operação, mas também o nível de eficiência na gestão, no planejamento, na operação e na tomada de decisão em tempo real”, afirmou ele à reportagem.
A Virtueyes, que nasceu no Rio Grande do Sul, recebeu neste ano a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para atuar como operadora de rede móvel virtual no Brasil, tornando-se uma das 16 com essa habilitação no país. Ela quer dedicar boa parte de seus esforços no Matopiba (área de produção agrícola que abarca Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia), região particularmente carente de boa conexão. Para Carvalho, essa área concentra alguns dos maiores gargalos de infraestrutura tecnológica do setor.
A empresa já atuava em outras áreas, como rastreamento veicular e cidades inteligentes, e colocou o pé no agro em 2023. A Virtueyes faturou R$ 56 milhões no ano passado e projeta receita de R$ 82 milhões em 2025. Carvalho conta que a companhia está investindo R$ 40 milhões para ampliar a oferta de tecnologia, dos quais R$ 10 milhões serão para suas operações no agronegócio.
Para ele, os avanços esperados para a cobertura de internet no campo virão, principalmente, com a demanda dos grandes produtores de grãos e algodão. “Esses produtores têm alto nível de adoção de tecnologia e entendem que a gestão do dado vai impulsionar o resultado em um momento de margem menor”, disse.
A Virtueyes também tem projetos para fornecimento de internet em áreas agrícolas de Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Além da instalação das torres, a companhia trabalha com um modelo flexível de conectividade, em que torres de conexão são acopladas a carretas com toda a estrutura necessária de telecomunicações. Esses equipamento levam, sobre rodas, a conexão até o agricultor.
