
Ao todo, 20 mil hectares espalhados por fazendas em Piauí, Maranhão e Bahia estão inseridos no projeto A MyCarbon, empresa da Minerva Foods de venda de créditos de carbono, firmou parceria com a SLC para gerar e comercializar créditos de carbono oriundos da aplicação de técnicas de agricultura regenerativa em lavouras da companhia. Ao todo, 20 mil hectares espalhados por fazendas em Piauí, Maranhão e Bahia estão inseridos no projeto, cujo objetivo é alcançar 500 mil hectares nos próximos cinco anos.
“Não estamos falando de carbono de floresta, que você enxerga a árvore, enxerga a parte de cima. Estamos falando de um carbono que é aprisionado no solo e que é de grande valia para a saúde desse solo”, destaca Álvaro Dilli, diretor de RH, Sustentabilidade e TI da SLC. Segundo ele, as áreas foram selecionadas a partir do seu potencial de geração de crédito ao longo dos anos.
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O projeto tem duração de 40 anos, sendo os primeiros 20 anos de geração de crédito de carbono e os outros 20 de monitoramento. A expectativa das duas empresas é de que sejam sequestrados entre 1 tonelada e 4 toneladas de carbono por hectare nesse período. As técnicas utilizadas serão as mesmas já aplicadas pela SLC nas suas operações, como uso de insumos biológicos e plantio direto.
“Nós poderíamos fazer um projeto em todas essas áreas, mas não é economicamente viável fazer isso porque são áreas muito maduras, com mais de 15 anos de plantio direto e boas práticas”, explica Dilli. Atualmente, a SLC tem 173 mil hectares certificados de agricultura regenerativa, e a meta de ser neutra em carbono em suas operações diretas até 2030.
Segundo a diretora da MyCarbon e diretora de Sustentabilidade da Minerva Foods, Marta Giannichi, a previsão é de que os primeiros créditos de carbono sejam gerados no segundo ano do projeto a partir do recebimento da certificação. “Como há um custo associado à auditoria e à verificação do crédito, precisamos ser estratégicos na hora e dar tempo hábil para as boas práticas terem surtido efeito no solo”, afirma a executiva.
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Este é o terceiro projeto de sequestro de carbono assumido pela MyCarbon. Os projetos seguem uma metodologia desenvolvida pela certificadora Verra, a VM0042. Entre as exigências, estão a de que as áreas não tenham sido desmatadas nos últimos dez anos e de que se faça um monitoramento periódico da quantidade de carbono estocada no solo. “O carbono é uma notícia nova no Brasil e no mundo. Temos que colocar algum projeto de pé para viabilizar isso”, defende Dilli.