Recursos serão destinados para aumentar a fábrica de cápsulas de café em Montes Claros (MG) e expandir os negócios de máquinas corporativas e consumo dosado da bebida A Nestlé anunciou nesta quinta-feira (22/5) um novo aporte de R$ 500 milhões para aumentar a fábrica de cápsulas de café em Montes Claros (MG) e para expandir os negócios de máquinas corporativas e consumo dosado da bebida fora de casa.
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De acordo com Valéria Pardal, diretora-executiva de Cafés Nestlé, no caso da fábrica, parte do valor será usado para expandir a capacidade de produção das cápsulas por meio de aumento de infraestrutura e maquinário.
Hoje, a unidade produz 1 bilhão de cápsulas por ano e é a única do segmento na América Latina, sendo parte dessa produção industrial exportada para países vizinhos. Outra parte do montante irá para o segmento de máquinas de café corporativas e de cafés dosados, que inclui campanhas de promoção de café solúvel.
O investimento em máquinas de café profissionais inclui contratação de batistas, assistência para manutenção e tecnologia, informa a empresa. O objetivo da Nestlé é chegar a um total de comercialização de 30 mil máquinas no Brasil este ano.
“O aporte está alinhado com a expansão da categoria de cápsulas em dois dígitos e do crescimento do consumo de doses individuais, que hoje representa cerca de 20% do negócio de café da empresa”, disse a executiva durante evento realizado na sede administrativa da empresa, em São Paulo.
Esse valor se soma ao anúncio de R$ 1 bilhão, feito no final do ano passado para a ampliação da fábrica de café solúvel da marca Nescafé, em Araras (SP).
O solúvel é uma das categorias cujo consumo cresce no Brasil e que a empresa quer se manter líder de mercado. Por entender que é um tipo de bebida mais barata – e produzida com conilon -, a diretora prevê aumento de consumo, mesmo com reajustes pontuais de preço, que no café solúvel ficam menos expressivos e pesados ao bolso do consumidor no Brasil.
Para a Nestlé, a soma de R$ 1,5 bilhão representa um aporte dedicado exclusivamente ao consumo fora do lar e consumo de máquinas de café expresso e de misturas, como é o caso da marca Dolce Gusto. A multinacional está direcionando suas estratégias de negócios no Brasil nesse ramo. Os recursos já estão sendo aplicados nos projetos, que vão até 2028.
Para além dos investimentos anunciados recentemente, a diretora da Nestlé não descarta injetar mais recursos no Brasil até finalizar esse triênio, que é a validade do plano de injeção de capital.
Preços do café
Para a diretora Valéria Pardal, viveu-se uma jornada inédita de aumento de preço do grão nos últimos 12 meses, mas para ela, o pico máximo já passou.
“Estamos otimistas em relação às cotações daqui para frente, que devem cair um pouco, ao passo que o consumo no Brasil segue resistente aos reajustes”, acrescenta.
Para ela, o choque de preços que refletiu em uma queda de consumo mais acentuada nos últimos quatro meses, de 5,13%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), é um resultado esperado por causa da valorização do produto, porém, o investimento em inovação e novidades de apresentação da bebida vão garantindo a retomada da demanda pelo brasileiro dentro e fora de casa.
“Investimos em formatos menos custosos ao consumidor, mas sem fazer que ele sacrifique a qualidade de café. Por isso a aposta da Nestlé nas categorias solúvel e cápsulas”, reforça.
Apesar do consumo de cápsulas ter caído em abril, Pardal prevê o contrário para o próximo ano. Para ela, a fotografia do mês passado não reflete um histórico recente do Brasil e da América Latina de consumir mais cafés encapsulados.