
Foram descartados, até o momento, casos suspeitos em aves de subsistência em Nova Brasilândia (MT), Graccho Cardoso (SE) e Triunfo (RS) O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, afirmou nesta segunda-feira (19/5) que três casos suspeitos de gripe aviária que estavam em análise deram negativo. Durante coletiva realizada em Brasília, Goulart disse que foram descartados, até o momento, casos suspeitos em aves de subsistência em Nova Brasilândia (MT), Graccho Cardoso (SE) e Triunfo (RS).
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Ainda segundo o secretário do ministério, seguem em análise os casos em criação comercial em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO), e de ave de subsistência em Salitre (CE) e Estância Velha (RS).
A investigação ocorre depois da confirmação de ocorrência da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS).
Recursos
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que deverá pedir reforço orçamentário para custear ações de controle de algumas emergências sanitárias. Para o caso de gripe aviária, ele disse que as atividades serão administradas com a verba existente.
“O que vamos discutir talvez é outras emergências sanitárias no Brasil, como a da monilíase do cacauerio, da vassoura-de-bruxa da mandioca, das moscas das frutas e mais este caso, na área animal. Talvez com as quatro emergências, principalente as do Norte do país onde é mais cara diária, o deslocamento, talvez possa pensar em englobar em um pedido e fazer reforço orçamentário, que não deve ser muito grande”, disse Fávaro, em coletiva de imprensa.
Fávaro negou que haverá pedido específico para o caso de gripe aviária. “Neste momento, não há necessidade de reforço orçamento (…) Apenas para o caso de gripe aviária, vamos administrar com o orçamento que temos”, disse.
Fontes disseram ao Valor/Globo Rural que a Pasta já trabalha com a possibilidade de pedido de reforço orçamentário para enfrentamento do foco e controle da disseminação. Uma fonte falou que o valor pode ficar próximo de R$ 100 milhões, mas que o montante será definido pela Secretaria de Defesa Agropecuária.
Desinfecção
O ministro Carlos Fávaro, afirmou que a desinfecção total da granja onde o foco de gripe aviária foi confirmado deverá ser concluída até esta terça-feira (20/5). Com isso, a perspectiva é que na quarta-feira (21/5) comece a contar o prazo de 28 dias do ciclo do vírus. Se nenhum novo caso for detectado neste período, o Brasil poderá se declarar livre novamente da doença em meados de junho.
“A perspectiva é que amanhã acabará de desinfectar a segunda granja, e o dia seguinte é o marco zero para os 28 dias. À medida que passam os dias, sem novas detecções, a confiança do mercado começa a acontecer, muitos países nem precisam esperar os 28 dias e começam a regionalizar”, afirmou em coletiva nesta segunda-feira (19/5).
Ele ressaltou que é difícil estimar impacto comercial e manteve a confiança em uma solução no curto prazo. “É a negociação, confiança, transparência. O objetivo é ser o mais transparente possível para restabelecer o fluxo comercial”, disse.
O Brasil é quem define o marco zero para contagem dos 28 dias, salientou o ministro. Sem novas ocorrências nesse prazo, o país poderá se autodeclarar à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre do vírus. O reconhecimento oficial do órgão é determinante para restabelecer a normalidade no comércio de produtos avícolas, mas não vinculante. A decisão de reabrir os mercados é de cada país.
“Com a ciência, podemos atestar o Brasil livre da gripe aviária. E vai ter a chancela da transparência, vai acontecer porque, passo a passo, vamos informar todos os casos, as investigações”, apontou. “Agora só aumentou a lupa, o foco. Mas vamos sempre dar total transparência, isso que nos dá credibilidade”, completou.