
Integrantes da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam de forma preliminar que os impactos dos embargos decorrentes dos casos de gripe aviária devem ser reduzidos, ao ponderarem que a suspensão de compra do frango deve ser revertida em breve. Ontem, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já havia declaro que os embargos devem durar menos de 60 dias – período de protocolo da Organização Internacional de Saúde Animal.
Segundo pessoas envolvidas nas negociações, há uma análise inicial de que a suspensão de compra é uma regra automática de vários países. Países como Argentina, China, União Europeia, México, Chile e Uruguai decidiram suspender as importações do frango brasileiro após o primeiro caso ter sido detectado na última sexta-feira (18/5) em uma granja de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A análise mais completa dos impactos, segundo fontes ouvidas pelo Valor, ocorrerá na segunda-feira (19), mas há uma expectativa de que, após as primeiras conversas conduzidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária com países envolvidos, algumas suspensões sejam derrubadas ao longo da semana. Assim, avaliam que os impactos no agronegócio, que tem impulsionado o crescimento, devem ser reduzidos.
Por ora, as negociações estão sendo conduzidas pelo Ministério da Agricultura, mas há a expectativa de que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) também entre nos diálogos a partir desta segunda-feira.
Após se encontrar com o Papa Leão XIV, no Estado da Cidade do Vaticano, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu neste domingo (18) que o governo brasileiro tem tomado “todas as providências” em relação ao primeiro caso de gripe aviária no Brasil e que o país está cumprindo todos os protocolos sanitários.
“Os protocolos sanitários estão sendo cumpridos para limitá-la e superar o mais rapidamente possível. O Brasil é exemplo para o mundo no compromisso da questão sanitária, tanto animal quanto vegetal”, disse mais cedo.
Representante da indústria, Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), afirmou que se o governo for rápido em tirar as dúvidas dos importadores e dar respostas sobre as medidas zoosanitárias, o impacto será pequeno.