
Tarifas ainda são pesadas para os dois lados, afirmam lideranças A trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos era esperada, dada a dependência mútua de uma série de produtos entre os países, disse uma liderança do setor produtivo brasileiro que está em Pequim nesta semana para agendas com governo e setor privado locais. Mesmo assim, a análise é que o acordo de redução tarifária entre os dois gigantes mundiais não muda tanto o panorama de restrições.
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“Ainda existem tarifas pesadas para o lado chinês e tarifas significativas para os americanos. No fim das contas, é um acordo, mas não é melhor do que se tinha antes”, disse. “A trégua é positiva. Acena para a estabilidade do comércio e no longo prazo, todos perdem com guerra tarifária”, apontou outro executivo do agro brasileiro.
Outros empresários que acompanham agendas do governo brasileiro na China nessa segunda-feira (12/5) disseram que é perceptível o senso de urgência dado pelos técnicos nacionais nas tratativas com autoridades chinesas em temas de interesse para o comércio bilateral com Pequim. Não só pelo ambiente de tensão, mas pelos avanços que se tem obtido e com o respaldo que há do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessas negociações.
“As agendas estão adiantadas. Dá para perceber o senso de urgência do governo do Brasil para construir resultados a serem entregues na próxima visita do presidente Xi Jinping, principalmente no setor de frango, para os próximos meses”, afirmou um executivo.
Em conversa com os empresários brasileiros na China, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pontuou que o distensionamento na relação comercial entre chineses e americanos não será ruim para o Brasil, segundo relatos de uma liderança. “Menos estabilidade é ruim para todo mundo. O fato de diminuir a tensão da China com os EUA não é ruim para o Brasil, porque o que interessa é ter um ambiente global mais estruturado”, explicou.