Tendência é que seja um mês positivo no campo, porém previsão de fortes geadas preocupa Maio é um mês importante, com o encerramento da colheita da soja de verão e o andamento do plantio das safras de meio de ano. Como fica o tempo nas áreas rurais do Brasil? De modo geral, a meteorologia prevê redução de chuvas em diversas regiões do país, com alertas de geada em algumas localidades. Mas há pontos em que deve chover até acima das médias históricas.
Como fica o clima em maio?
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A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica chuvas dentro ou abaixo da média em grande parte da região Norte, exceto em áreas pontuais do Amazonas, centro-norte do Pará, além do Amapá e sul de Roraima.
Já no Nordeste, os volumes devem se manter acima da média no centro-sul do Maranhão, oeste do Piauí, e principalmente na costa do Ceará até a Bahia, podendo superar os 150 milímetros. Já em áreas do norte do Maranhão e do Piauí, bem como no sul do Ceará, os volumes de chuva ficam abaixo da média histórica.
No Centro-Oeste e Sudeste, são previstas chuvas próximas e abaixo da média, com volumes inferiores a 150 milímetros. Em áreas do leste do Mato Grosso do Sul e centro-sul de São Paulo, a previsão indica chuvas acima da média, com valores que podem superar os 100 milímetros.
No Sul, a previsão é de chover acima da média climatológica. No oeste do Paraná, são previstos acumulados superiores a 100 milímetros.
Como fica o campo?
A previsão de chuvas regulares em áreas agrícolas da região Norte e centro-norte do Nordeste, deve beneficiar os cultivos de segunda safra. Segundo o Inmet, normalmente na região do Matopiba (que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), há uma tendência de redução das chuvas a partir de maio, que pode causar restrição hídrica em parte das lavouras de milho segunda safra, principalmente durante a fase de floração, período em que a cultura necessita de mais água.
No Centro-Oeste e Sudeste, mesmo com menos chuva que em abril, os volumes tendem a ser suficientes para o manejo agrícola e o desenvolvimento das culturas de segunda safra, além da cana-de-açúcar e do café, informou o boletim do Inmet.
Atenção com geadas
Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, alerta que uma forte onda de frio pode chegar ao Brasil no meio do mês, e causar geadas. Segundo o especialista, o frio, vindo da Argentina, vai predominar no Sul e Sudeste e poder chegar até ao Mato Grosso. “Essas geadas podem causar problemas no milho no sul do Paraná e região, vamos ficar de olho”.
Em grande parte do Sul, a chuva eleva os níveis de umidade no solo, o que deve favorecer o desenvolvimento das lavouras de segunda safra. Porém, na porção oeste do Paraná a expectativa de chover menos que a média pode prejudicar o desenvolvimento do feijão e milho segunda safra.
Ao avaliar a previsão do tempo e as principais culturas, a expectativa é positiva, avalia o meteorologista Celso Luis de Oliveira Filho. De acordo com ele, a redução dos volumes de chuva irá favorecer o plantio, a colheita ou o trabalho de manutenção em muitas lavouras.
“O clima precisa estar dentro da sua, digamos, normalidade. E o que seria isso? O normal para o mês é secar. O algodão, por exemplo, precisa de um tempo mais seco em maio. E a diminuição da chuva na maior parte do Brasil é benéfica para a agricultura dessa cultura e de outras, de uma forma geral”.
Willians Bini, também meteorologista, destaca como quatro áreas produtoras do país serão influenciadas pelo clima. Confira abaixo:
Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia): a redução da chuva pode atrasar o plantio da safrinha, mas o tempo seco agiliza a colheita de verão sem interrupções;
Centro-Oeste: o clima seco facilita a colheita de soja e milho, mas pode prejudicar a safrinha sem irrigação adicional;
Sul: a condição favorece a operação de colheita de verão nas áreas agrícolas, mas exige irrigação para as lavouras de trigo e milho safrinha em locais sem a presença de chuva;
Sudeste: nas plantações de café, o clima mais seco e ameno beneficia a colheita e a secagem dos grãos, com baixo risco de geada.