
Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), é preciso suplementar o orçamento para equalização de juros e elevar essa verba para R$ 25 bilhões A senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) afirmou nesta terça-feira (29/4) que o governo federal vai ter que mostrar se o setor agropecuário é ou não prioridade na elaboração do próximo Plano Safra 2025/26. No entendimento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o governo terá que suplementar o orçamento para equalização de juros e elevar essa verba dos atuais R$ 14 bilhões para R$ 25 bilhões para fazer frente à necessidade de recursos na ponta.
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“O governo tem como tirar de uma rubrica e passar para outra se tiver vontade de atender. O governo vai ter que mostrar se agricultura brasileira é prioridade ou não. Se a agricultura é prioridade, acha-se jeito de colocar recursos para o Plano Safra, que é muito pequeno para o tamanho de toda safra”, afirmou em conversa com jornalistas.
Segundo Tereza Cristina, a suplementação pode ser feita por remanejamento de recursos ou com envio de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN), para abertura de crédito suplementar.
A senadora afirmou que é preciso ter atenção especial com o seguro rural e com o público atendido pelas operações equalizadas, composto de pequenos e médios agricultores. “Os grandes produtores estão fora do Plano Safra há algum tempo, estão em outras ferramentas, temos alguns médios saindo. Quem está nesse Plano Safra e que é importante que governo preste atenção e ajude são pequenos e médios, que são a maioria”, pontuou.
A FPA vai solicitar reuniões com os ministros da Agricultura (Carlos Fávaro), da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento e Orçamento (Simone Tebet) para discutir a questão nas próximas semanas.
“O Plano Safra está sendo pedido dentro daquilo que é necessário”, disse a ex-ministra. “É fundamental que o trabalhador rural tenha previsibilidade e o agro seja visto como uma política de enfrentamento da inflação, que é uma ameaça real à estabilidade econômica. O plano safra atual não está mais funcionando e precisamos refletir sobre isso”, apontou.
A proposta para o Plano Safra construído pela bancada ruralista foi entregue ao ministro Carlos Fávaro nesta terça-feira pelo deputado federal e coordenador Institucional da FPA, Alceu Moreira (MDB-RS).
“A palavra é previsibilidade. Se o produtor não sabe o que está prestes a ocorrer, não terá segurança para colocar seu trabalho em prática. O pequeno e médio produtor precisa de um plano consistente e que impulsione ainda mais suas ações”, disse o parlamentar gaúcho.
Entre as principais demandas da bancada está o aporte de R$ 25 bilhões para a equalização de juros, além da destinação de pelo menos 1% do valor total do plano — cerca de R$ 5,99 bilhões — para a subvenção ao seguro rural. A intenção é garantir previsibilidade ao produtor e evitar interrupções no crédito, como a ocorrida em fevereiro deste ano.




